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Vale inaugura planta-piloto de concentração magnética a seco de minério

A Vale inaugurou na terça-feira (14) uma planta-piloto de concentração magnética a seco de minério de baixo teor. A tecnologia, conhecida pela sigla em inglês FDMS (Fines Dry Magnetic Separation) e desenvolvida pela New Steel, dispensa o uso de água no processo e, de acordo com a mineradora, “é única no mundo”. A Vale estima que, em 2024, 1% de toda sua produção seja feita com o uso desse processo.


Segundo a Vale, a planta-piloto, batizada de NS-03 e construída no Centro Tecnológico de Ferrosos (CTF) da Vale, em Nova Lima (MG), com investimento de US$ 3 milhões, é o "primeiro passo" para a construção da planta industrial a ser erguida em Minas Gerais com aporte de US$ 100 milhões e prevista para entrar em operação em 2022. A unidade terá capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas anuais de minério.

A nova planta-teste terá capacidade de concentrar 30 toneladas por hora de minério a seco, utilizando a tecnologia de separação magnética, feita por meio de ímãs de terras-raras. Segundo a Vale, a New Steel consegue entregar um concentrado com até 68% de teor de ferro, a partir de minérios "pobres, com até 40% de ferro, dependendo de sua composição química e mineralógica".

Atualmente, essa concentração é realizada pelo método conhecido como flotação, que usa água, com os rejeitos normalmente depositados em barragens. "Com a tecnologia de concentração a seco da New Steel, os rejeitos serão empilhados. A empresa já estuda formas de utilizá-los como insumo na indústria de construção civil, além de outras iniciativas como coprodutos", afirmou a mineradora em nota.

"A NS-03 é uma planta semi-industrial que tem por objetivo a realização de testes em escala piloto com diferentes minérios, permitindo a definição de parâmetros operacionais para projetos de escala comercial", explica o presidente da New Steel, Ivan Montenegro. A empresa foi adquirida pela Vale em 2018.

A planta em Nova Lima é a segunda com a tecnologia a entrar em operação. Entre 2015 e 2017, o processo foi usado em uma unidade que operou na mina de Fábrica, em Ouro Preto (MG). "A New Steel coloca a Vale na vanguarda dos investimentos em tecnologia de processamento de minérios. Vamos continuar buscando soluções que aumentem a segurança de nossas operações", afirma diretor-executivo de Ferrosos da Vale, Marcello Spinelli.


Sem barragens

A Vale afirma que, com a New Steel, estima que, a partir de 2024, 70% de sua produção seja beneficiada a seco ou a umidade natural, sem adição de água no processo nem o uso de barragens de rejeito. Hoje, o percentual de minério de ferro processado a umidade natural pela empresa chega a 60%.

"Dos 30% da produção a úmido restantes em 2024, porém, 16% terão rejeitos filtrados e empilhados a seco. Apenas 14% da produção continuará sendo processada pelo método convencional, de concentração a úmido e destinação em barragens ou cavas de minas desativadas", disse a mineradora, salientando que, para isso, serão necessários investimentos de US$ 1,8 bilhão na filtragem e no empilhamento a seco. As primeiras operações a utilizar a técnica serão as de Vargem Grande, em Nova Lima; Pico, em Itabirito; Cauê e Conceição, em Itabira; e a mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo.

O diretor da Cadeia de Valor de Ferrosos da Vale, Vagner Loyola, acrescentou que a empresa já investiu US$ 17,8 bilhões na última década para instalar e ampliar o uso de tecnologias de processamento a seco - ou umidade natural - do minério produzido em suas operações no Brasil. Nos cinco próximos anos, a estimativa é o aporte de mais US$ 3,1 bilhões em instalações de processamento similares para chegar à meta de 70% da produção a seco.


Fonte: Notícias de Mineração do Brasil

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