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Thyssenkrupp fabricará equipamentos de mineração no Brasil


A Thyssenkrupp decidiu realizar no Brasil a fabricação de máquinas e equipamentos para o setor de mineração. O objetivo da companhia é ter maior competitividade, reduzir custos e conseguir atender melhor a demanda brasileira. Até então, os materiais eram importados da cidade de Ennigerloh, na Alemanha, de um centro da empresa especializado no setor mineral que distribui os equipamentos para vários países.

O presidente da Thyssenkrupp na América do Sul, Paulo Alvarenga, afirma que o envio dos materiais e a chegada no Brasil durava até cinco meses. "Isso exigia uma cadeia logística maior, demora, custo, alfândega. Aqui, vamos ter mais interação com nossos clientes".

O Centro de Serviços da Companhia em Santa Luzia (MG) será o responsável por começar a fabricação no Brasil das prensas de rolo de alta pressão, conhecidas pela sigla HPGR, do inglês "high pressure grinding roll". São equipamentos de porte grande, pensando até 100 toneladas - utilizados para processar e moer minérios, principalmente de ferro e cobre, mas também outros de maior grau de dureza.

Um lote de três equipamentos já foram encomendados. A primeira HPGR seguirá de Santa Luzia para o Pará no fim deste mês para a expansão (fase 3) de uma grande mina de cobre. Os outros dois equipamentos serão enviados antes do fim do ano e os testes operacionais devem se iniciar no início de 2021.

Outra unidade similar de serviços da empresa está localizada em Parauapebas (PA) e foi montada em 2017 para atender as demandas da mina de Carajás, da Vale. No futuro, a unidade também será fabricante desse tipo de maquinário para o setor mineral.

Segundo Alvarenga, foram investidos R$ 50 milhões nos dois centros desde 2014. O executivo destaca que esses centros dispõem de estrutura fabril em área construída somada de 6,3 mil metros quadrados. Nesse espaço, há máquinas computadorizadas para usinagem de peças de grande porte (100 toneladas) e equipamentos de içamento de até 120 toneladas.


"Vamos aproveitar essas estruturas dos nossos centros de serviços para fabricar peças sobressalentes e equipamentos de alto valor agregado - que eram importados -, gerando redução de custos e de prazos de entrega", afirma o executivo. Até agora, explica, era exigido um grande esforço de assistência técnica pós-venda. Serão adicionados 100 empregados nos dois Centros de Serviços, que passarão a ter 200.

O presidente da Thyssenkrupp na América do Sul destaca que a companhia é detentora de mais de 75% da base instalada desse tipo de equipamentos de moagem no Brasil. "E 80% da produção de minério de ferro brasileira passa por equipamentos da Thyssen", destaca. Por isso, afirma o executivo, a importância de estar mais próximo de sua clientela local com uma unidade de fabricação no país.

Realizar a fabricação dos equipamentos no Brasil também está relacionado ao objetivo da empresa de continuar crescendo no país, conforme Alvarenga. A empresa se destacava em solo brasileiro pela produção de aço, há alguns anos, e recentemente pela fabricação de elevadores.

"Estamos buscando outras oportunidades de crescimento e de agregação de valor. E com essa nova unidade de negócio, saímos de reformas para um centro de manufatura", destaca.

A Thyssenkrupp também levou em conta, ao trazer a fabricação dos equipamentos para o Brasil, de que o país é um grande produtor de bens minerais, sendo o segundo maior produtor de minério de ferro. O Brasil tem ainda grandes mineradoras como Vale, Anglo American e CSN.

No Brasil, o grupo atua nos setores automotivo (autopeças), componentes industriais (para veículos pesados, máquina rodoviária e energia eólica), plantas química e petroquímica, materiais (trading) e defesa naval, além de mineração.

Globalmente, a Thyssenkrupp faturou 42 bilhões de euros no ano fiscal 2018/2019, que foi encerrado no dia 30 de setembro. Nas operações da América do Sul, registrou R$ 2,9 bilhões. No Brasil, a empresa emprega 3,8 mil pessoas. As informações são do Valor Econômico.

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