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Tecnologia elimina necessidade de barragens na mineração de bauxita

Companhia Brasileira de Alumínio e Universidade Federal de Viçosa avançam nos estudos de uma solução que promove o beneficiamento móvel e sustentável




É possível praticar uma mineração com menos impacto ao meio ambiente, em que

o solo, depois de passar pelo processo de extração da bauxita, matéria-prima do

alumínio, pode voltar a ser fértil e economicamente rentável ao produtor rural.


Também é possível eliminar a necessidade de barragens, reduzir o consumo de

água e energia, além de otimizar a logística.

Essa é a proposta de um estudo pioneiro, conduzido nos últimos dois anos pela

Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) em parceria com a Universidade Federal de

Viçosa (UFV) na região da Zona da Mata, em Minas Gerais.

Trata-se de uma tecnologia chamada “beneficiamento móvel”, e que está em

processo adiantado de desenvolvimento. É não apenas economicamente viável, mas

ambientalmente bem favorável. O conceito é simples: a bauxita é beneficiada

próximo às frentes de lavras (áreas delimitadas para extração do minério), em

instalações compactas e semimóveis.

“Atualmente, a Unidade Miraí (MG) da CBA recebe o material de diversas frentes de

lavra. A bauxita chega em caminhões e segue para o processo de beneficiamento,

onde a bauxita é preparada para o processo industrial de fabricação do alumínio e

os resíduos seguem para a barragem existente”, explica Christian Fonseca Andrade,

Gerente de Produção das unidades de mineração da CBA na Zona da Mata.

De acordo com Andrade, o método tradicional possui dois principais desafios: a

necessidade de uma barragem e as longas distâncias de transporte. Já com a

implantação do beneficiamento móvel, a circulação de caminhões diminui,

contribuindo para a redução da emissão de CO2.

Além disso, a necessidade de barragem é eliminada, pois a argila que seria

destinada à barragem é aproveitada para a composição de um tipo de solo, o

Tecnosolo, que pode ser utilizado no processo de reabilitação ambiental,

aumentando a produtividade no campo.

“Esta é a base de um novo modelo de mineração, inédito e mais sustentável,

trazendo uma disrupção para o setor”, ressalta Roberto Seno Júnior, Gerente de

Tecnologia da CBA, que conduz o projeto.


Plantio de milho


Para comprovar a eficiência do Tecnosolo, a UFV fez um experimento com o cultivo

de milho e os resultados indicam que a produtividade é maior do que em uma área

em que Tecnosolo não foi utilizado. “Adicionamos insumos, como fertilizantes e

corretivos, além de materiais orgânicos ricos em micro-organismos. Depois

enterramos essa mistura, em subsuperfície, criando um ambiente mais atraente

para as raízes. Dessa forma, percebemos melhor infiltração da água e diferença no

crescimento das plantas”. descreve o professor Ivo Ribeiro, engenheiro agrônomo

Doutor em solos e professor da UFV. “O desenvolvimento da cultura de milho foi

impressionante: plantas bem nutridas, espigas maiores e em maior número”, explica

o professor.

“Todo o processo é mais sustentável e mais econômico. É um novo jeito de extrair

bauxita e um legado para o setor de mineração, proporcionado pela parceria entre

empresa privada e universidade rumo ao alumínio verde”, conclui.


Para saber mais, acesse https://cba.com.br.


Fonte: Site Valor Econômico. https://valor.globo.com/

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