"Para além disso, gostaria de ver, no ano que chega, um setor cada vez mais interessado em se posicionar e se comunicar"
2023 chega ao fim e, com ele, chega o tempo de refletir sobre o que queremos levar para o ano que se aproxima. Imagino que, assim como foi para nós, este ano foi repleto de desafios e, por consequência, muitos aprendizados para todos. Para mim, pessoalmente, ficou muito claro que ‘... movimento é o que nos mantém vivos...’.
Na indústria mineral como um todo, vimos muito movimento. Vimos movimentos importantes em alguns setores específicos na mineração, com o crescente interesse nos materiais que suportarão a transição energética, e também a movimentação de governos regionais para que essas mudanças não sejam apenas uma ‘moda’ – isso é louvável e não muito comum de se ver no nosso país.
Para nós, na Appian, vivenciamos muito crescimento dentro e fora do Brasil. Nos movimentamos para minerar um ambiente de trabalho mais humano e mais diverso, apostamos no conhecimento e crescimento do nosso time, revisitamos processos e otimizamos nossa rotina. Mineramos soluções cada vez mais sustentáveis: desde iniciativas de compostagem, processos para reutilização de água, até implementação de energia renovável nos nossos sites.
Também vi movimento entre as comunidades que convivemos. Mineramos crescimento econômico fomentando o empreendedorismo feminino, usando metodologias inovadoras de ensino para crianças em situação vulnerável e, acima de tudo, ouvindo as demandas das nossas comunidades anfitriãs e atuando como parte do território. Tudo isso, sem dúvidas, quero levar para 2024.
Para além disso, gostaria de ver, no ano que chega, um setor cada vez mais interessado em se posicionar e se comunicar – esse é um desejo antigo e que vai continuar por muito tempo. Empresas que levem a sério o posicionamento de marca, que conheçam seu público e que fomentem um diálogo aberto e transparente. Empregados sendo constantes porta-vozes da nossa área de atuação e executivos promovendo o setor além dos números e resultados que produzimos – de forma excelente, diga-se de passagem – para os nossos investidores.
Que possamos, em 2024, cada vez mais contar o que fazemos, como fazemos e porque fazemos. Que possamos, verdadeiramente, sentir orgulho do que fazemos e da capacidade que nosso setor tem de gerar mudanças positivas na vida das pessoas.
Não tenho dúvidas de que essa é a receita para superarmos alguns dos desafios mais latentes do nosso setor, como a dificuldade de atrair talentos (especialmente de gerações mais jovens), a ainda baixíssima diversidade da nossa indústria e os desafios reputacionais que todos nós vivenciamos.
E por falar em desafios, deixo também a reflexão: o que queremos abandonar em 2024? Vou me aventurar em mencionar alguns pontos, mas gostaria de ouvir isso de todos os meus colegas.
A meu ver, queremos deixar para trás a hierarquia excessiva, a falta de autonomia das equipes, os processos ainda engessados e arcaicos, os ambientes de trabalho pouco inclusivos e que não fomentam novos modos de pensar. Temos que deixar para trás também o receio de inovar e de assumir riscos calculados.
É fato que os desafios são muitos e para todos nós. Mas, pouco a pouco, vemos os avanços e frutos do que plantamos. E, do meu lado, assumo, todos os dias, o compromisso de compartilhar aprendizados, comunicar para a sociedade o que fazemos, agir com transparência e integridade, e trabalhar sempre com segurança e responsabilidade.
Parafraseando o nosso manifesto, “...porque o caminho para construir o amanhã é feito por quem busca o seu melhor todos os dias”. Afinal, somos todos mineradores e a responsabilidade de construir o legado que queremos é nossa.
Um 2024 de muita exploração, muitas descobertas, muitos comissionamentos e ramp-ups. Que todos vocês tenham um ano novo cheio de luz. Com segurança e responsabilidade!
Artigo escrito por Paulo Castellari Porchia, para Revista digital Brasil Mineral
O sr. Castellari é um executivo de mineração com mais de 10 anos de experiência como CEO em operações de mineração no Brasil e na África Ocidental.
Fonte: Brasil Mineral
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