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Segurança de processos é um dos pilares centrais na estratégia de sustentabilidade

O tema será debatido durante a 9ª Conferência Latino-Americana sobre Segurança de Processos, que acontecerá no Rio de Janeiro, de 18 a 20 de outubro deste ano



Indústrias como a de óleo e gás e de mineração no Brasil exercem um papel fundamental com sua alta capacidade de geração de valor para a sociedade. Ao mesmo tempo, por lidarem com operações complexas e de alto risco, precisam investir continuamente na capacitação e desenvolvimento de profissionais, melhoria dos processos e mecanismos de governança, além de novas tecnologias que possam aprimorar a segurança e a eficiência das operações.


É o que afirma o gerente Geral de Estratégia e Centro de Excelência em SMS da Petrobras, Flaubert Matos Machado, um dos especialistas que participará da 9ª Conferência Latino-Americana sobre Segurança de Processos, coorganizada pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e o Center for Chemical Process Safety (CCPS), nos dias 18, 19 e 20 de outubro, no Rio de Janeiro (RJ). Clique aqui para fazer a inscrição.


O evento contará com a participação de especialistas de diversos segmentos industriais, como a mineração e petroquímica. "A segurança de processo é base para a sustentabilidade da nossa indústria, que precisa ser resiliente a cenários econômicos adversos, a uma transição para uma economia de baixo carbono, mas principalmente a um grande acidente de processo", ressalta o gerente da Petrobras.


Segundo Machado, "a transformação digital vem promovendo um novo patamar, tanto no entendimento dos perigos e riscos, quanto no gerenciamento dos riscos em todo o ciclo de vida do ativo". Ele ressalta que a adoção de um modelo de gestão baseado em risco é hoje um dos cinco princípios da Política Corporativa de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras.


Flaubert Matos Machado também fala, em entrevista concedida ao site do IBRAM, sobre o modelo de Gestão de Processos na Petrobras, a evolução do tema nos últimos anos, o papel da liderança e os desafios do gerenciamento de programas de Segurança de Processos. Veja a seguir a íntegra da entrevista do Gerente Geral de Estratégia da Petrobras:


Quais os principais pontos devem ser considerados nos programas de Segurança de Processos?


Na Petrobras estamos alinhados ao modelo de Gestão de Segurança de Processo Baseado em Risco do CCPS (Risk Based Process Safety) focados nos 4 pilares:


Compromisso com a segurança de processo;

Entender os riscos e perigos;

Gerir os riscos;

Aprender com a experiência.

Entendemos que para um programa de gestão de segurança de processo efetivo, todos os elementos contemplados nestes pilares devem ser considerados. Estamos permanentemente em processo de aprimoramento dos nossos elementos de Gestão, das estratégias de prevenção, prontidão e mitigação de nossos cenários de riscos, buscando sempre aumentar a nossa resiliência operacional, garantindo a segurança e o bem estar das pessoas, o cuidado com o meio ambiente e sustentabilidade dos negócios.


Além disso, importante ressaltar que a adoção de um modelo de gestão baseado em risco é hoje um dos cinco princípios da nossa Política Corporativa de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras, que são: SMS é valor, Respeito à Vida, Gestão Baseada em Riscos, Sustentabilidade nos Negócios e Excelência e Transparência no Desempenho.


Em relação ao princípio de gestão baseada em risco, assumimos o seguinte compromisso:


“Buscamos a excelência em segurança de processo em todas as fases do ciclo de vida dos nossos ativos, nos comprometendo com o aprendizado contínuo e inovação, visando a redução dos riscos de forma proativa, e a prontidão para situações de emergência, de forma a assegurar a rapidez e a eficácia da resposta.”


A mineração no Brasil está em constante evolução e, além da sustentabilidade, a segurança operacional é um dos principais pilares no crescimento do setor. Como você avalia a evolução no gerenciamento de segurança de processo?


A segurança operacional deve ser encarada como um pilares centrais na estratégia de sustentabilidade. Se por um lado indústrias como a de óleo e gás e de mineração no Brasil exercem um papel fundamental com sua alta capacidade de geração de valor para a sociedade, ao mesmo tempo, por lidarem com operações complexas e de alto risco, precisam investir continuamente na capacitação e desenvolvimento de profissionais, melhoria dos processos e mecanismos de governança, além de novas tecnologias que possam aprimorara segurança e a eficiência das operações. Tudo isso acompanhando a evolução dos requisitos estabelecidos pela sociedade, novos modelos de negócio e transição para uma economia de baixo carbono.


A transformação digital vem promovendo um novo patamar tanto no entendimento dos perigos e riscos quanto no gerenciamento dos riscos em todo o ciclo de vida do ativo. Cito como exemplo dois projetos da Petrobras: o projeto Gestão Dinâmica de Barreiras (em implantação), que permitirá um melhor gerenciamento das barreiras preventiva e mitigadoras dos cenários críticos identificados nos estudos risco, e o Safety Innovation Lab, um laboratório criado dentro do Centro de Pesquisas da Petrobras (CENPES), com foco em prover soluções disruptivas para questões de SMS. Ambos alinhados ao nosso direcionador estratégico de utilização de novas tecnologias no aprimoramento da gestão de riscos.


Poderia falar um pouco sobre a importância da liderança e a cultura de segurança de processos?


A liderança tem um papel fundamental no exemplo (tone at the top) e na construção de um ambiente baseado em confiança, que consiga criar um ambiente de segurança psicológica necessária para uma cultura onde as pessoas se sintam à vontade para reportar as questões possam causar um major accident, e que também saiba aprender com o trabalho normal (diferente do trabalho imaginado), entendendo que erros fazem parte do processo e que o foco deve estar no aprendizado da organização, criando um ciclo virtuoso capaz de aumentar a resiliência operacional.


É por isso que estamos agora avançando na Petrobras em uma jornada de Fatores Humanos, atuando transversalmente em todos os pilares da gestão baseada em riscos, com o objetivo de tornar a Petrobras uma empresa de alta confiabilidade. Essa jornada está baseada em 5 princípios de fatores humanos (PFH):


PFH 1 - Confiança é fundamental


PFH 2 - Pessoas criam segurança


PFH 3 - Como respondemos às falhas importa muito


PFH 4 - Aprender e melhorar é chave para o sucesso


PFH 5 - O contexto direciona o comportamento


Segurança de Processo envolve todos os setores e funcionários de uma empresa. Quais os maiores desafios para o gerenciamento dos programas?


Primeiramente é preciso que esse tema seja pauta constante da alta liderança, avaliando e monitorando os principais riscos da organização, bem como o desdobramento da avaliação do desempenho em segurança de processos, em todos os níveis da linha hierárquica operacional, com o suporte das equipes de SMS.


Além do monitoramento e controle dos processos, também é importante que a empresa conte com iniciativas estruturantes, que promovam a participação e o engajamento das equipes da linha de frente operacional, garantindo a captura do conhecimento e a inovação.


Outro grande fator crítico de sucesso é o constante investimento em capacitação em segurança de processos, tanto para líderes, como para as equipes de operação, manutenção, engenharia e SMS. Mas talvez o mais importante, a valorização e reconhecimentos dos profissionais que atuam nessa área. A Petrobras criou uma ênfase específica para Engenheiros de Segurança de Processo em seu plano de cargos e salários, demonstrando a importância e o valor desse profissional para o resultado do negócio.


Qual importância de se debater este tema na 9ª Conferência Latino-Americana sobre Segurança de Processos e como eventos como esse podem contribuir na evolução da Segurança de Processos no Brasil?


A segurança de processo é base para a sustentabilidade da nossa indústria. Nossa indústria precisa ser resiliente a cenários econômicos adversos, a uma transição para uma economia de baixo carbono, mas principalmente a um grande acidente de processo. Esse tipo de evento pode resultar não só na perda de patrimônio, mas principalmente, na vida de colegas, em danos ao meio ambiente, na imagem da organização, e até mesmo alterar permanentemente um modelo de negócio. O debate sobre esse tema e a evolução dos conceitos como um todo na indústria, traz benefícios tanto para as organizações e para sociedade. É preciso passar a mensagem de que a Segurança de Processos não é um custo, mas um dos melhores investimentos que uma organização deve fazer para garantir a geração de valor de forma sustentável. É um debate que deve envolver diversos setores da sociedade incluindo a própria indústria, a academia, órgãos de fiscalização, dentre outras instituições.


Fonte: Ibram.org.br

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