Especialista avalia que movimentação foi precipitada e vê ativos da Vale, e Usiminas como apostas para o longo prazo
A recente derrocada das ações de empresas ligadas a mineração e siderurgia, tais como Vale, Gerdau e Usiminas, causou prejuízos e deixou investidores dos setores preocupados nos últimos pregões.
Ainda assim, a movimentação surge como uma boa opção para os investidores que decidirem apostar nas empresas com visão de longo prazo, conforme indica Paloma Brum, analista da Toro Investimentos.
Na visão de Paloma, o mercado "penalizou demais" as companhias desses setores diante das movimentações da China na tentativa de conter a inflação com a limitação da oferta de itens derivados do minério de ferro e reduzir a emissão de gases do efeito estufa.
"O mercado tenta precificar e, em um primeiro momento, os investidores preferem ser mais pessimistas do que reagir rapidamente e acabar perdendo lá na frente, o que foi refletido em uma penalização maior dos papéis no curto prazo", analisa ela, que também vê reações do ambiente político nacional no mercado de ações.
Desde quando superou os R$ 117, nos últimos dias de julho, as ações da Vale (VALE3) despencaram mais de 30% e figuram atualmente cotadas a cerca de R$ 80. A mesma queda livre ocorre com os papéis da Usiminas (USIM5), que marcaram R$ 22 no início de agosto e agora são negociados por menos de R$ 17.
De acordo com as projeções da Toro, os preços-alvo das ações da Vale e da Usiminas para um período de longo prazo são de, respectivamente, R$ 120 e de R$ 25. Os valores correspondem a valorizações de quase 50% em relação ao patamar atual de ambos os ativos.
“Ainda existe a oportunidade. A Vale está sendo negociada na região dos R$ 79, então existe o espaço para uma valorização ainda significativa do papel”, avalia Paloma. A analista cita a qualidade do minério de ferro produzido pela empresa como um dos fatores para a aposta, apesar da queda no preço da matéria-prima no mercado global.
A situação das empresas que integram os setores foi agravada pelos temores sobre o possível calote da incorporadora chinesa Evergrande, que trouxeram receios sobre a queda no volume de exportações para o principal parceiro comercial do Brasil.
Para Paloma, o cenário também foi decisivo para a queda no valor dos papéis das empresas de mineração e siderurgia. "O caso assustou o mercado, porque tem um impacto direto no setor imobiliário chinês, o que impactaria diretamente a demanda por commodities e até mesmo por petróleo", explica ela.
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