PF prende um dos diretores de Agência Nacional de Mineração e mais 13
- SINDIMINA - BA
- 17 de set.
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A Polícia Federal prendeu preventivamente hoje Caio Mário Trivellato Seabra Filho, um dos diretores da Agência Nacional de Mineração (ANM). Além dele, outras 13 pessoas já foram presas. A operação investiga pessoas suspeitas de participação em um esquema que teria causado lucro de mais de R$ 1 bilhão explorando ilegalmente minério de ferro em áreas proibidas em Minas Gerais.
O que aconteceu
São 17 alvos de mandados de prisão, mas até o momento foram presas 14 pessoas. Os agentes também cumprem 79 mandados de busca e apreensão.
PF pediu o afastamento de servidores públicos suspeitos de participarem do esquema. O UOL entrou em contato com a Secretaria de Meio Ambiente para saber se os servidores já foram afastados e se alguma investigação foi aberta. O espaço segue aberto para manifestação.
Empresário Alan Cavalcante dos Santos é apontado pela PF como líder do grupo criminoso. Ele é dono da mineradora Gute Sitch. Seus sócios, Helder Adriano de Freitas e João Alberto Paixão Lages, também são alvos de prisão preventiva.
Ao lado dos sócios, ele teria criado, em 2022, o Grupo Minerar, uma empresa exclusivamente para administrar os ilícitos. Alan seria responsável pela coordenação do grupo, Helder seria o diretor operacional e João Alberto o diretor de relações interinstitucionais.
Grupo criminoso teria corrompido agentes públicos para ganhar autorizações e licenças ambientais para explorar o minério em áreas proibidas. Segundo a PF, entre as áreas de exploração das empresas estavam locais tombados e perto de áreas de preservação.
Uma das autorizações de extração mineral irregular teria sido emitida durante um feriado de Natal, em 25 de dezembro. Em outro momento, mesmo com apresentação de documentos fora de prazos legais e com manifestações de órgãos como a AGU alertando sobre a ilegalidade do processo, autorizações de exploração foram expedidas.
A polícia solicitou o afastamento de funcionários de órgãos públicos. Eles atuam no Instituto Estadual de Florestas (IEF), na Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas (FEAM) e no Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).
Além de conseguir as licenças, o grupo criminoso também agiu para neutralizar a fiscalização do estado, monitorando agentes ambientais. Eles também lavaram o dinheiro conseguido de forma ilícita, segundo as investigações.
Criminosos lucraram pelo menos R$ 1,5 bilhão e projetos ligados à organização criminosa tinham projeção de ganhos de R$ 18 bilhões. A PF pediu o bloqueio de bens do grupo.
Entre as áreas cedidas de forma ilegal estavam pedaços de áreas tombadas da Serra do Curral, da Estação Ecológica de Cercadinho e do Parque Estadual da Serra do Rola Moça. Além de servidores estaduais, membros da Agência Nacional de Mineração também teriam se omitido na fiscalização das irregularidades.
Outro lado: o UOL entrou em contato com a companhia Gute Sicht e a organização do Grupo Minerar e aguarda posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.
Fonte: Uol

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