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Personalidades do ano no setor mineral debatem sobre a pandemia e os desafios do setor em 2021



Pela primeira vez de forma virtual, o Forum Brasil Mineral, juntamente com a cerimônia de premiação das Personalidades do Ano do Setor Mineral foi realizado no 17 de março, com transmissão ao vivo pelo canal da Brasil Mineral no Youtube e pode ser visto pelo link https://lnkd.in/gNc4Fx5. Na ocasião, houve a premiação dos homenageados como Personalidades do Ano: Rodrigo Vilela (Minerais Ferrosos), Rodrigo Barbosa (Metais Preciosos), Paulo Castellari (Minerais Não-Ferrosos), Luiz Antonio Vessani (Minerais Industriais, Cimento e Agregados), Paulo César Abrão e Vania Andrade (Engenharia/Tecnologia Mineral), João Cavalcanti e Jorge Bettencourt (Exploração Mineral), Patrícia Procópio (Liderança Feminina) e Sérgio Fráguas – In Memoriam (Pioneiros da Mineração). Eles foram eleitos pelo voto direto dos leitores, que votaram em uma lista de indicados ratificada pelo Conselho Consultivo de Brasil Mineral. No Forum Brasil Mineral, os premiados debateram sobre os desafios apresentados pela COVID-19 para o setor mineral em suas áreas de atuação e como veem as perspectivas do setor em 2021. O editor-chefe da Brasil Mineral, Francisco Alves, abriu o evento dizendo que a partir de 2015 a revista iniciou a premiação às personalidades. “Achamos necessário criar um prêmio que valorizasse as pessoas do ambiente da mineração, que ajudam a impulsionar o setor”. O primeiro bloco do Forum Brasil Mineral, moderado pela conselheira Maria Amélia Enriquez, teve a participação de Rodrigo Vilela, presidente da Samarco (Minerais Ferrosos); Rodrigo Barbosa, CEO da Aura Minerals (Metais Preciosos); Luiz Antonio Vessani, presidente do Grupo Edem (Minerais Industriais, Cimento e Agregados) e Vania Andrade, consultora (Engenharia/Tecnologia Mineral). Rodrigo Vilela, presidente da Samarco, disse que a gestão da pandemia em 2020 foi o principal desafio da mineradora, com a criação de novos protocolos. Vilela comentou que o setor como um todo está de parabéns, pois conseguiu lidar na prevenção e combate à pandemia, além de ajudar as comunidades próximas de diversos projetos. ”Na Samarco implantamos um controle restrito, rígido, com testes, em um ano de retomada, após cinco anos de superação de uma empresa paralisada”. Para 2021, Vilela cita os desafios de enfrentamento da segunda onda da COVID-19, que se mostrou mais agressiva. “É de suma importância a união do setor mineral, para que haja um suporte junto à sociedade e todos saírem bem deste momento triste”. O executivo da Samarco disse ainda que a pandemia pode também afastar investimentos, o que pode atrasar uma série de desenvolvimentos. “Do ponto de vista de oportunidades, temos chance de crescer, desde que haja um controle da pandemia”. Já o CEO da Aura Minerals, Rodrigo Barbosa comentou que 2020 foi desafiador para todas as indústrias. Para 2021, o executivo comenta da piora do quadro atual brasileiro, mas acredita que todos estão mais preparados após o ano passado. “Hoje temos mais testes e vamos, cada vez mais, trabalhar junto às comunidades para poder controlar a pandemia. No ponto de vista produtivo o ouro tem um mercado cíclico, e as perspectivas para 2021 são positivas”. O presidente do Grupo Edem, Luiz Antonio Vessani, disse que 2020 começou com uma expectativa boa até o surgimento da pandemia. Se teve algo de bom em 2020, ele cita a oportunidade do trabalho conjunto de entidades para defender o setor de minerais industriais e agregados. .”Conseguimos criar o conceito de essencialidade que nos é útil hoje e é parte do debate para nos aprofundarmos junto à sociedade”. Em relação aos cuidados durante a pandemia, Vessani reiterou o trabalho realizado por todas as empresas de mineração com a realização de testes, utilização de EPI’s, home office, entre outras medidas. Para 2021, o executivo diz que o ano começou aquecido para o segmento de minerais industriais e agregados. “Os minerais industriais geram insumos para a indústria e nosso plano é o de seguir na verticalização”. “Estamos investindo na geração de empregos, mas o que pode emperrar o setor são os gastos dos estados que as mineradoras terão que arcar”. A consultora Vânia Andrade disse que a tecnologia permitiu que a mineração estruturada trabalhasse com os preceitos da pandemia. “A empresa estruturada permite que o funcionário esteja mais protegido no trabalho do que em qualquer outro lugar. Já no extrativismo mineral (garimpeiros ilegais), a conversa é totalmente diferente. A indústria estruturada é consciente de seu papel”. A consultora disse que o pós-pandemia deve trazer uma mineração cada vez mais preocupada com a questão socioambiental (ESG). “No Brasil temos que olhar a sustentabilidade ambiental como prioridade para a mineração. Precisamos mostrar que podemos reduzir os impactos das mineradoras”. Vânia comentou que as mineradoras, ao término de um projeto, devem entregar à sociedade um espaço sem cicatrizes, para, inclusive, mudar a visão atual da nova geração em relação ao setor. Comandada pelo conselheiro Giorgio De Tomi, a segunda mesa-redonda contou com a presença de Paulo Castellari, CEO da AppianGroup Brasil (Minerais Não-Ferrosos); Paulo Abrão, diretor da Geoconsultoria (Engenharia/Tecnologia Mineral); João Carlos Cavalcanti, presidente da Companhia Vale do Parnamirim (Exploração Mineral) e Patrícia Procópio, do Women in Mining Brasil (Liderança Feminina). Paulo Castellari, CEO do Appian Group, disse que o setor vive um crescimento, com a alta dos metais e do preço do dólar, mas tem de conviver com a pandemia. “Em 2021, acredito que teremos uma situação similar a outras já enfrentadas em período pós-crise. Depois de uma crise, geralmente aparecem as oportunidades. É tudo uma questão de preparo, gerenciamento de risco”. Nos dois negócios do grupo no Brasil (Alagoas e Bahia), Castellari afirmou que a empresa trabalhou conjuntamente com as comunidades locais. “Não tivemos ninguém nas operações vitima de COVID-19, e a mineração se adaptou com as mudanças (medidas de isolamento, testes, EPI’s,etc)”. Já Paulo Abrão, diretor da Geoconsultoria, disse que a COVID-19 impactou a área de geotecnia em relação às mudanças de legislação, a mudança de câmbio, exigências para fechamentos de minas, auditorias solicitadas por seguradoras e investidores. “Tudo isto traz impacto para demanda de serviços no setor”. Abrão disse que o setor não pode se esquecer dos dois acidentes com barragens (Mariana e Brumadinho) e ter consciência da responsabilidade da mineração. Entretanto, ele criticou o sistema de empilhamento a seco, que é novo para o Brasil. Segundo Abrão, o sistema é mais voltado para regiões com escassez de água. “É um custo alto para essas operações e nossa topografia não é plana como em outras localidade do mundo. Ela é mais acidentada e esses elementos não ajudam, não jogam a nosso favor”. Abrão comentou ainda que a geotecnia perdeu muito durante 2020 com a COVID-19, pois houve a quebra de contato entre jovens e profissionais mais experientes, além da ausência do trabalho no campo, falta de networking em eventos, como feiras, simpósios, etc. Porém, para ele, o maior gargalo será sentido na educação, por conta das aulas à distância. “É uma judiação o que o vírus faz conosco. A geotecnia precisa de qualidade, mais do que pessoas”. João Carlos Cavalcanti, presidente da Companhia Vale do Parnamirim, disse estar bastante animado para 2021 com a descoberta no Parnamirim. O empresário disse ainda que o Governo precisa realizar novos investimentos em geologia básica. “Temos que investir na prospecção e exploração mineral, logística e educação. Eu criaria um curso conjunto de engenharia mineral para atender geólogos e engenheiros de minas”. Em relação à pandemia, Cavalcanti conseguiu manter isolamento e sua empresa seguiu todos os protocolos, sem interrupção das atividades de campo. “Outras empresas pararam, mas a pandemia é passageira e temos que continuar nossas atividades. Não podemos abaixar a cabeça e ficarmos presos”. Patrícia Procópio, do Women in Mining, movimento que trouxe em 2019 para o Brasil, espera que nas próximas premiações tenha um número maior de mulheres. “Temos um histórico de desigualdade na indústria, na mineração. O WIM surge para colocar a pauta em discussão. O movimento existe há vários anos em outros países”. No Brasil, Patrícia diz que luta pela equidade na mineração e que a pandemia só escancarou a desigualdade. “É o maior desafio que já enfrentamos na vida”. Para a geóloga, a mineração precisa se resignificar e a inclusão e diversidade fazem parte dessa mudança. Patrícia acredita que o WIM trouxe um novo olhar para a mineração. Após o Forum Brasil Mineral, a conselheira Maria José Gazzi Salum presidiu a cerimônia de premiação das “Personalidades do Ano do Setor Mineral”, em que todos os premiados puderam falar de suas vidas e trajetória profissional em vídeos gravados. Jorge Bettencourt (Exploração Mineral) e Sérgio Fráguas – In Memoriam (Pioneiros da Mineração), representado pelo filho Sérgio Roberto Fráguas Filho, também deixaram seus recados.

Os vídeos podem ser conferidos em https://www.youtube.com/watch?v=UYYSwpT_Bm8.


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