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Mineradoras levam desenvolvimento ao interior da Bahia

Com chegada da Fiol, empresas fazem aposta de longo prazo


“A mineração chega sempre para ficar”. Esta é uma frase muito falada por integrantes do setor. Ao contrário de outras atividades industriais, em que existe um poder de escolha em relação à região de atuação, as localizações das atividades de extração mineral foram definidas há centenas de milhares de anos. E isso tem se revertido em benefícios socioeconômicos para o entorno de onde a atividade se instala. Em Jaguarari, quase um terço da receita vem de royalties pagos pela atividade mineral. A produção de cobre da Mineração Caraíba ainda responde por mais de 3 mil empregos diretos e indiretos e ajuda a movimentar uma cadeia de serviços. Por mês são injetados na economia local entre R$ 7 e R$ 8 milhões que, somados aos benefícios, chegam aos R$ 12 milhões. 


Como se fosse pouco, foi iniciativa da empresa, em 1980, criar uma adutora de 86 quilômetros que leva água do Rio São Francisco para a região. Ainda hoje a estrutura, que é a principal fonte de abastecimento hídrico em Jaguarari e em municípios vizinhos, é mantida pela Caraíba, que utiliza apenas 20% da água. Um outro sinal da presença perene da mineradora na região é o distrito de Pilar, nascido como uma vila para abrigar os trabalhadores da Caraíba. “Começou como uma vilazinha, hoje tem 10 mil habitantes, escola, hospital, clube e tudo em matéria de infraestrutura”, conta o diretor de Operações da empresa, Manoel Valério. 

A história da Mineração Caraíba no Vale do Curaçá está longe de acabar. “Estamos investindo R$ 100 milhões por ano na pesquisa de novas áreas para ampliarmos as reservas”, diz Valério. O investimento em pesquisa mineral é uma das características do grupo canadense que controla a empresa. Atualmente, há 25 sondas espalhadas pela região. “Nossa presença faz uma diferença muito grande no Nordeste da Bahia”, destaca. Segundo ele, a empresa investe ainda em projetos sociais e econômicos na região. 

"Estamos investindo R$ 100 milhões por ano na pesquisa de novas áreas para ampliarmos as nossas reservas" Manoel Valério, diretor de Operações da Mineração Caraíba

Perto dali, em Campo Formoso, outra mineradora baiana, a Ferbasa, também aposta na pesquisa. A única produtora de ferrocromo do Brasil e maior produtora de ferroligas do país investe em tecnologia para ampliar a produção de cromo e também em tornar a produção mais segura. Responsável diretamente por todas as etapas de fabricação das ligas, a Ferbasa emprega direta e indiretamente 4 mil pessoas em diversas regiões do estado.


Mina da Ferbasa: empresa emprega direta e indiretamente 4 mil pessoas em diversas regiões da Bahia


Investimentos em logística A produção de magnesita em Brumado começou na primeira metade do século passado. Desde então, a atividade mineral sempre fez parte da história do município. Com uma das maiores reservas do produto, a RHI Magnesita aposta na melhoria da logística para continuar a se desenvolver. A empresa mantém operações também em Santaluz. São três minas de magnesita e cromita. O diretor de Mineração, Pedro Leite, destaca o papel papel fundamental da logística junto às indústrias. “Nós mantemos unidades na Bahia e Minas Gerais, o que torna ainda mais importante que esse fluxo logístico ocorra de uma forma bem estruturada”, explica. 


"(A Fiol) é uma possibilidade que as empresas não têm hoje e que elimina os gargalos de escoamento existentes com o direcionamento exclusivo da rede ferroviária atual à Salvador" Pedro Leite, diretor de Mineração da RHI Magnesita

Para ele, a maior dificuldade está na falta de infraestrutura adequada para as operações. Por isso, a empresa acompanha com interesse os avanços nas obras da Fiol, que terá um papel fundamental no desenvolvimento do setor mineral baiano, na sua opinião. “É uma possibilidade que as empresas não têm hoje e que elimina os gargalos de escoamento existentes com o direcionamento exclusivo da rede ferroviária atual à Salvador”, lamenta. 


RHI Magnesita aposta na melhoria da logística para continuar a se desenvolver (Foto: dibulgação)


Para o presidente da Bamin, Eduardo Ledsham, o momento em que os projetos de infraestrutura vão se viabilizar será importante para a economia baiana. 

"A Bahia terá a oportunidade de enfrentar a crise econômica pós-pandemia com duas grandes obras, que vão demandar mão de obra intensiva durante o processo de implantação" Eduardo Ledsham, presidente da Bamin

Ledsham destaca ainda que a atividade mineral tem encontrado as condições para continuar produzindo, apesar das medidas de isolamento. “Não tem faltado os insumos, as vias necessárias para o escoamento estão liberadas e os portos estão funcionando. Isso tudo é muito importante de se destacar porque a operação mineral garante o sustento de milhares de famílias e fornece materiais para centenas de outras operações”, diz.


Fonte: Correio da Bahia

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