A australiana Meteoric Resources NL irá investir mais de R$ 1 bilhão em projeto de extração de terras raras que contempla 51 processos minerários na região em Poços de Caldas, interior de Minas, com expectativa de geração de 700 empregos. O anúncio do “Projeto Caldeira” foi feito pelo governo do Estado, após assinatura de um protocolo de intenções. A projeção para início da atividade produtiva é entre 24 e 36 meses e o nível de produção esperado pela empresa é de 400 milhões de toneladas de argila iônica.
De acordo com diretor executivo da empresa australiana, Marcelo Carvalho, trata-se de uma mineração ‘superverde’, já que trata-se de uma operação sem barragem de rejeito e não necessita de explosivos para desmonte.
“A gente tira a argila, lava e devolve para as cavas. É uma mineração ambientalmente amigável, porque você tira e coloca no lugar novamente. E devolver ao local fertilizado, vamos dizer assim, então essa é a diferença”, afirmou.
Os elementos de terras raras são ingredientes essenciais para produzir supermagnetos e outros componentes críticos para o aumento da eletrificação da atividade industriale visando a atingir as metas de dióxido de carbono atmosférico estabelecidas no acordo climático de Paris de 2015. Trata-se de compostos minerais obtidos em lugares específicos do planeta e atualmente a China concentra cerca de 90% da produção mundial.
As terras raras de Poços de Caldas são estudadas há uma década pela Togni, empresa instalada na região, que é parceira do Projeto Caldeira. No caso da Meteoric Resources, o investimento é para extração de argila iônica, que contém elementos de terras raras pesados – disprósio, érbio, hólmio, itérbio, lutécio, térbio e túlio – e podem ser utilizados na produção de equipamentos para geração de energia renovável, como turbinas eólicas e células fotovoltáicas, além de baterias de longa duração, catalisadores para refino de petróleo, equipamentos médicos, ímãs e até peças para foguetes espaciais.
Conforme o Invest Minas, agência vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), o empreendimento pode colocar Minas Gerais entre os maiores produtores desse tipo de mineral no mundo, assim como já vem ocorrendo com o lítio.
Segundo o Invest Minas, as pesquisas minerais vão continuar, visando melhor quantificar e qualificar o jazimento mineral existente. Em breve, a Meteoric também começará os estudos de impacto ambiental na região para a obtenção das licenças.
Fonte: Revista Minérios & Minerales
Comments