Considerado como atividade essencial no início da pandemia, o setor de mineração fechou 2020 de forma positiva em relação a 2019: o recolhimento de tributos aumentou 36%, somando R$ 72 bilhões aos cofres públicos e R$ 6 bilhões em CFEM. Também apresentaram bom desempenho o faturamento, a produção comercializada e as exportações das companhias, que mantêm uma previsão de investimento no País de US$ 38 bilhões até 2024. Outro dado positivo foi a contratação direta de 5 mil trabalhadores. Os dados da #MineraçãodoBrasil foram divulgados dia 02 de fevereiro pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e fazem referência ao 4º trimestre e também ao consolidado de 2020.
A produção comercializada em toneladas cresceu 2,5% em relação a 2019, passando de 985 milhões de toneladas de minérios para 1 bilhão de toneladas estimadas. No consolidado de 2020 o faturamento do setor foi de R$ 209 bilhões e em 2019 R$ 153 bilhões, uma variação de 36%. Os estados que mais apresentaram crescimento do faturamento da produção mineral foram: Bahia – 62%, Mato Grosso – 58%, Pará – 45%, Minas Gerais – 31%, Goiás – 17% e São Paulo – 7%. O minério de ferro contribuiu com 66% do faturamento total do setor e o ouro com 11%.
O ouro, aliás, foi a substância mineral com maior elevação no faturamento – 76% na comparação entre 2020 e 2019, passando de R$ 13 bilhões para R$ 23 bilhões, devido à elevação do preço da commodity e ao aumento de produção estimulada pela elevação da demanda. O minério de ferro cresceu 39%, chegando a quase RS$ 139 bilhões; o cobre aumentou 35% (quase R$ 14 bilhões); o granito observou elevação de 25% (R$ 3 bilhões); o calcário dolomítico cresceu 12% (R$ 4,2 bilhões); e a bauxita evoluiu 6% (R$ 4,5 bilhões).
As exportações do setor mineral aumentaram 31%, totalizando mais de R$ 32 bilhões, graças à retomada da economia chinesa. Assim, o saldo mineral contribuiu com 64% da balança comercial brasileira no ano passado.
O ano de 2020 começou com previsão de investimentos de US$ 34,5 bilhões para o período 2020-2024. Entretanto, no 2º trimestre o valor previsto foi elevado para mais de US$ 37 bilhões e desde o 3º trimestre o valor previsto de investimentos para 2020-2024 aumentou em cerca de US$ 1 bilhão, totalizando agora US$ 38 bilhões (dados atualizados pelo IBRAM em dezembro de 2020). Foram constatados, recentemente, novos projetos para substâncias como manganês e minério de ferro.
Os maiores aportes serão para mineração de ferro: US$ 15,5 bilhões ou quase 41%; bauxita: 21,5%; fertilizantes: cerca de 17%. Cabe destacar a parcela, que deve aumentar ainda mais, em relação aos investimentos previstos para o descomissionamento de barragens a montante e soluções tecnológicas para disposição a seco de rejeitos. Até o momento, os valores previstos são da ordem de US$ 2,2 bilhões para este fim – já incluídos nos US$ 38 bilhões informados para os investimentos totais do setor.
Sem motivos para celebrar
Apesar do desempenho positivo, o Ibram considera que não há o que celebrar, uma vez que a pandemia intensificou a crise econômica e causou transtornos e mortes entre a população. Ainda assim, Flávio Ottoni Penido, diretor-presidente do Instituto lembra que "em 2020 a mineração buscou fazer sua parte para ajudar a proteger a população, prestar sua solidariedade e contribuições para movimentar a economia".
Wilson Brumer, presidente do Conselho Deliberativo do Ibram, completou: "em 2020 a mineração soube proteger seus empregados e parte das comunidades próximas e seguiu produzindo, o que resultou em divisas importantes para o Brasil, além de ter gerado empregos e estimulado outros benefícios socioeconômicos à população".
Fonte: Brasil Mineral
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