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Fluxos de caixa das mineradoras de ouro na América Latina sobem 150%

Os preços mais altos do ouro proporcionaram às mineradoras líderes na América Latina uma grande e inesperada receita em 2020, apesar das interrupções operacionais causadas pela pandemia do novo coronavírus. Nove dos maiores produtores de ouro da região viram o fluxo de caixa livre agregado (ou métricas semelhantes) aumentar em US$ 6,67 bilhões, ou 151%, para US$ 11,1 bilhões, de acordo com dados do setor compilados pela BNamericas.

Após um início de ano instável, os preços do ouro ultrapassaram US$ 2.000/onça pela primeira vez em agosto. As médias mensais ficaram acima de US$ 1.800/oz para todo o H2, em comparação com cerca de US$ 1.500/oz no mesmo período de 2019.


O ouro foi levantado por enormes pacotes de estímulo econômico, enquanto os governos globalmente procuravam estabilizar suas economias em resposta à pandemia.


O boom do fluxo de caixa veio apesar dos grandes desafios operacionais durante o enfrentamento a Covid-19, com México, Peru e Equador entre os países latino-americanos nos quais a maior parte das minas foi temporariamente suspensa.


Surtos em minas e novos protocolos de saúde estritos pesaram sobre as operações em toda a região.


Das nove empresas, apenas uma, a Equinox Gold, viu a produção de ouro aumentar no ano passado, impulsionada pela aquisição da Leagold Mining em março passado.


A Newmont, maior produtora de ouro da América Latina, viu o fluxo de caixa livre mais do que dobrar, indo para US$ 3,59 bilhões, contra US$ 1,41 bilhão em 2019. A empresa possui minas no México, Peru, Argentina, Suriname e República Dominicana.


A arquirrival da Newmont, Barrick Gold, também viu um aumento no fluxo de caixa livre para US$ 3,36 bilhões, ante US$ 1,13 bilhão em 2019, apesar da queda na produção. Na América Latina, a Barrick tem a mina Pueblo Viejo na República Dominicana, uma joint venture de 60:40 com a Newmont, e a mina Veladero na Argentina, JV 50:50 com Shandong Gold.


A mineradora mexicana Fresnillo registrou US$ 1,17 bilhão em caixa gerado pelas operações antes das mudanças no capital de giro (os dados de fluxo de caixa livre não foram fornecidos no release de resultados da empresa). O valor era de US$ 685 milhões em 2019.


A Kinross Gold viu um dos aumentos mais acentuados no fluxo de caixa livre, subindo para US$ 1,01 bilhão dos US$ 165 milhões registrados em 2019. Na América Latina, a empresa possui a mina de Paracatu.


A AngloGold Ashanti, cujos ativos incluem minas na Argentina e no Brasil, viu o fluxo de caixa livre subir para US$ 743 milhões, contra US$ 127 milhões um ano antes, apesar da menor produção de ouro.


A Yamana Gold, que tem minas no Brasil, Chile, Argentina e Canadá, informou US$ 689 milhões em dinheiro de operações antes das mudanças no capital de giro, acima dos US$ 590 milhões de 2019.


O fluxo de caixa operacional da Equinox Gold antes das mudanças no capital de giro subiu de US$ 76,1 milhões (2019) para US $ 232 milhões (em 2020), refletindo preços e produção mais altos, após a fusão da Leagold, que adicionou a Los Filos no México e três operações brasileiras ao seu portfólio.


A Torex Gold, com foco no México, foi a única empresa a registrar uma queda no fluxo de caixa livre, com US$ 168 milhões registrados em 2020, contra US$ 181 milhões de 2019. Mas a empresa, que tem a mina El Limón-Guajes, pagou uma parte significativa da dívida, que caiu para US$ 43,4 milhões no final de 2020 ante os US$ 175 milhões um ano antes.

A mineradora peruana Buenaventura viu o caixa líquido e equivalentes de caixa gerados pelas atividades operacionais aumentar para US$ 123 milhões no ano passado, de US$ 47,1 milhões em 2019.


Panorama


Os preços mais altos do ouro continuaram em 2021, com médias mensais de US$ 1.870/onça em janeiro e US$ 1.814/onça em fevereiro.

Os preços passaram para a faixa de US$ 1.700-1.800/onça em março, mas este continua a ser um nível muito lucrativo para os garimpeiros, muitos dos quais produzem com custos de manutenção totais de US$ 1.000/onça ou menos.

Muitos analistas esperam que os preços do ouro permaneçam elevados por algum tempo. O BMO Capital Markets está prevendo preços em torno de US$ 1.900/onça em 2021 e US$ 1.875/onça no próximo ano, de acordo com uma atualização de fevereiro. As informações são do BNAmericas.

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