A demanda pelas debêntures da Vale que serão vendidas na segunda-feira (19) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já chegam a cerca de R$ 12 bilhões. O valor é maior do que o total em posse do banco de fomento e da União. A oferta ao mercado dependerá, no entanto, do preço que os investidores estiverem interessados em pagar pelos papéis.
O BNDES, que está à frente do processo, tendo o Bradesco BBI como coordenador-líder, estabeleceu preço de R$ 59,70. Mas como houve recentemente pagamento de dividendo de R$ 2,76 por debênture, o preço base cai para cerca de R$ 57.
As debêntures participativas da Vale foram emitidas na privatização da companhia, em 1997. Elas pagam aos investidores remuneração equivalente a uma parcela com as receitas de minério de ferro, principalmente de minas em Carajás. Também são perpétuas, ou seja, não vencem nunca.
O BNDES informou ao mercado inicialmente que venderia 142 milhões debêntures, o equivalente de R$ 8,5 bilhões. Uma oferta adicional de 72,329 milhões de debêntures, ou R$ 4,3 bilhões, pode ser oferecida, se houver demanda. No total, a oferta soma o equivalente a 55% do total emitido pela Vale.
A remuneração das chamadas debêntures participativas da Vale, emitidas em 1997, cresceram 74% em 2020 frente a 2019. Os papéis geraram a seus detentores uma remuneração recorde no período de quase R$ 1,57 bilhão, segundo relatório divulgado pela companhia.
Recompra
A Vale informou que não participará desta oferta como potencial compradora "por não possuir todas as autorizações regulatórias necessárias e por uma prerrogativa de alocação de capital neste momento".
Em nota publicada em 17 de março, a Vale disse que, 'neste momento', a eventual recompra das debêntures participativas "não é prioridade na alocação de capital, ainda que as condições a permitissem". A empresa é tida por investidores como principal compradora das debêntures participativas do BNDES.
As informações são do Broadcast/Estadão.
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