CSN conduz programa de descaracterização de barragens e investe R$ 400 milhões em gestão de rejeitos
- jurimarcosta
- 15 de mai. de 2024
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Segunda maior exportadora de minério de ferro do Brasil e entre as cinco mais competitivas no mercado transoceânico, a CSN Mineração tem reservas certificadas em mais de 3 bilhões de toneladas de acordo com Joint Ore Reserves Committee (JORC). As plantas de Minas Gerais produzem minério com alto teor de ferro, abastecendo a atividade siderúrgica da companhia e exportando para vários países. A CSN está conduzindo um programa de descaracterização das barragens existentes, independentemente do método construtivo. A condução dos projetos de descaracterização e a gestão de segurança das estruturas seguem as melhores práticas nacionais e internacionais.
A gestão da segurança é realizada por uma equipe técnica dedicada e acompanhada pelo Comitê de Barragens – composto por técnicos e executivos da Companhia e com reporte ao Conselho de Administração, à Agência Nacional de Mineração e às demais autoridades competentes. Cerca de R$ 400 milhões estão sendo investidos em tecnologias que permitiram uma melhor gestão dos rejeitos com a filtragem e empilhamento a seco, tornando os processos 100% independentes do uso da barragem de rejeitos desde o início de 2020. Todas as barragens são auditadas por empresas independentes e especializadas no assunto para atestar a estabilidade e identificar ações preventivas que garantam a segurança das estruturas.
A CSN mantém o Plano de Segurança de Barragem (PSB) e o Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM), que atendem à Portaria 70.389/2017 do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), atual Agência Nacional de Mineração (ANM). Os documentos informam os procedimentos para uma situação de emergência, bem como treinamentos com a população local. Há também atualizações dos estudos de contenção de barragens, que avaliam os potenciais impactos da ruptura de uma barragem baseados em modelagem matemática.
As diretrizes socioambientais da companhia também compreendem o monitoramento das barragens, utilizadas para conter os rejeitos do processo de beneficiamento do minério de ferro. Entre 2020 e 2021, a CSN Mineração concluiu a descaracterização da Barragem B5 (Casa de Pedra) e da Barragem Auxiliar do Vigia (Complexo de Pires), na região da cidade de Congonhas, região central de Minas. A mina de Casa de Pedra é considerada um dos maiores complexos mineradores a céu aberto do Brasil. A extração do minério de ferro ocorre via perfuração da rocha e desmonte com explosivos. De acordo com Tadeu Torquato, gerente de projetos da companhia, as intervenções na barragem B5 foram realizadas pela própria equipe da CSN Mineração e consistiram na implantação de um canal de cintura na margem esquerda do reservatório.
Esse canal, revestido com matacões rochosos, tem o propósito de direcionar a água para jusante da estrutura. “Não foi necessário realizar obras no barramento, uma vez que o maciço está confinado em ambos os lados pelos reservatórios das barragens B5 e Casa de Pedra”, comentou Torquato. Ele destacou que a barragem Auxiliar do Vigia passou por um processo de descaracterização que incluiu a construção de um canal no reservatório da estrutura, revestido com geocélulas, que são estruturas tridimensionais semelhantes a uma colmeia, feitas de faixas de polietileno de alta densidade (PEAD) com orifícios e texturizadas, unidas por soldas ultrassônicas. “Estas geocélulas foram preenchidas com concreto, que desempenha uma função estrutural, similar ao papel do aço em construções de concreto armado. Além disso, o processo de descaracterização também envolveu a remoção do rejeito do reservatório, o que permitiu o rebaixamento do maciço da barragem, fundamental para que a estrutura não tenha mais a finalidade para a qual foi construída”, explicou Torquato.
O gerente de projetos da CSN Mineração salientou que o projeto de descaracterização da barragem B5 não previa a necessidade de movimentação, pois foi feita a reconformação da topografia para a drenagem superficial e direcionamento da água para o canal existente. Já na barragem Auxiliar do Vigia, o volume total movimentado foi de 1.683.792m³, e o volume de concreto foi de 3.380m³.
SOLUÇÕES RELEVANTES
As intervenções também tiveram soluções relevantes no que diz respeito às obras geotécnicas. Na barragem Auxiliar do Vigia, por exemplo, foram aplicados 11.815m de geodrenos verticais na fundação da estrutura. “Eles são uma alternativa para melhorar as propriedades do solo, promovendo a redução dos recalques pós-construtivos. Isso foi feito para possibilitar a dissipação das pressões neutras (água), devido às possíveis cargas aplicadas durante as obras. Essa solução permitiu melhorar o comportamento do material e executar todas as atividades com total segurança”, explicou Torquato. Ambas as barragens possuíam uma declaração de condição de estabilidade antes da descaracterização e, portanto, não foi necessário realizar obras com equipamentos não tripulados, completou o gerente de projetos da CSN. Na barragem Auxiliar do Vigia, os principais equipamentos utilizados nas obras foram caminhões basculantes (20 unidades), escavadeiras (seis), tratores de esteira (dois), caminhões pipa (dois), caminhão comboio (um) e motoniveladora (um). O pico de mão de obra foi de aproximadamente 120 colaboradores.
“É importante destacar que todas as barragens da CSN Mineração possuem as DCEs emitidas, são seguras e estáveis, independentemente do método construtivo”, ressaltou Tadeu Torquato. A companhia mantém um programa de inspeções gerais a cada 15 dias das barragens utilizando equipe própria especializada. De acordo com o resultado das vistorias, são programados os serviços de manutenção das estruturas. Periodicamente, a CSN Mineração reporta aos órgãos estaduais e federais responsáveis pela fiscalização de barragens, o status das atividades realizadas, a fim do atendimento às legislações. Em âmbito nacional, as informações quanto as estruturas são declaradas no Sistema Integrado de Gestão de Barragens de Mineração (SIGBM). SOBRE A CSN A CSN Mineração S.A., principal controlada da CSN no setor, é a segunda maior exportadora de minério de ferro do Brasil e a sexta do mundo. Os ativos de alta qualidade da CSN Mineração encontram-se no Quadrilátero Ferrífero, com destaque para a mina Casa de Pedra. Os produtos do minério de ferro destinados à exportação são transportados pela MRS até o Porto de Itaguaí (Tecar), no Rio de Janeiro. Além disso, a CSN possui a mina de Arcos, também em Minas Gerais, que produz três tipos de calcário, usados como matéria-prima para a fabricação de aço e para a produção de clínquer, principal insumo para o cimento. Em Rondônia, a ERSA, controlada da CSN, produz estanho, matéria-prima da folha de flandres.
Fonte: Revista Minérios & Minerales
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