As ações da Vale exibem uma alta razoável nesta quarta-feira (28), na esteira do bom humor geral dos investidores com os ativos brasileiros e do elogiado desempenho da mineradora no primeiro trimestre. Mas não se iluda: a ação deve devolver os ganhos acumulados nos últimos dias. O apelo para manter o papel é outro: os dividendos que renderá.
É o que afirma o Inter Research, em relatório assinado por Gabriela Cortez Joubert. O braço de análises do Banco Inter (BIDI11) elevou o preço-alvo das ações de R$ 98 para R$ 101, após a divulgação dos números do primeiro trimestre, mas manteve a recomendação neutra.
Há um bom motivo para isso: o valor proposto pela analista é 8,3% menor que os R$ 110,12 com que a Vale fechou o pregão de ontem (27). A distância é ainda maior, quando se consideram as cotações que a mineradora atinge nesta quarta-feira.
Às 13h02, os papéis eram negociados por R$ 111,89, com alta de 1,61%, enquanto o Ibovespa avançava 1,08% e marcava 120.679 pontos. Na mínima do dia, até agora, a companhia foi cotada a R$ 109,33; na máxima, saiu por R$ 112.
Resiliência
Para o Inter Research, a ação só vale a pena para quem não busca ganhos de capital, e sim renda. “Seguimos com recomendação Neutra. Entretanto, reforçamos a companhia como uma boa opção de investimento para pagamento de dividendos”, afirma.
O motivo é a forte geração de caixa. O ebitda totalizou US$ 8,5 bilhões entre janeiro e março. Embora seja 2,2% menor que a estimativa do Inter, foi suficiente para garantir uma geração de caixa de US$ 5,8 bilhões.
“Com isso, reforçamos o call de que a companhia deve seguir como forte remuneradora de seus acionistas, mesmo em um cenário de queda de preços do minério de ferro”, explica a analista.
O Inter é mais uma instituição a endossar a tese de que, uma vez superados os impactos financeiros das tragédias de Mariana e Brumadinho, a companhia voltará a pagar generosos proventos aos acionistas. Nesta semana, por exemplo, a XP Investimentos divulgou avaliação semelhante, em que estima que o retorno de dividendos do papel pode ser de 6% neste ano.
Fonte: Moneytimes.com.br
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