Tecnologia elimina necessidade de barragens na mineração de bauxita
- jurimarcosta
- 22 de dez. de 2021
- 2 min de leitura
Companhia Brasileira de Alumínio e Universidade Federal de Viçosa avançam nos estudos de uma solução que promove o beneficiamento móvel e sustentável

É possível praticar uma mineração com menos impacto ao meio ambiente, em que
o solo, depois de passar pelo processo de extração da bauxita, matéria-prima do
alumínio, pode voltar a ser fértil e economicamente rentável ao produtor rural.
Também é possível eliminar a necessidade de barragens, reduzir o consumo de
água e energia, além de otimizar a logística.
Essa é a proposta de um estudo pioneiro, conduzido nos últimos dois anos pela
Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) em parceria com a Universidade Federal de
Viçosa (UFV) na região da Zona da Mata, em Minas Gerais.
Trata-se de uma tecnologia chamada “beneficiamento móvel”, e que está em
processo adiantado de desenvolvimento. É não apenas economicamente viável, mas
ambientalmente bem favorável. O conceito é simples: a bauxita é beneficiada
próximo às frentes de lavras (áreas delimitadas para extração do minério), em
instalações compactas e semimóveis.
“Atualmente, a Unidade Miraí (MG) da CBA recebe o material de diversas frentes de
lavra. A bauxita chega em caminhões e segue para o processo de beneficiamento,
onde a bauxita é preparada para o processo industrial de fabricação do alumínio e
os resíduos seguem para a barragem existente”, explica Christian Fonseca Andrade,
Gerente de Produção das unidades de mineração da CBA na Zona da Mata.
De acordo com Andrade, o método tradicional possui dois principais desafios: a
necessidade de uma barragem e as longas distâncias de transporte. Já com a
implantação do beneficiamento móvel, a circulação de caminhões diminui,
contribuindo para a redução da emissão de CO2.
Além disso, a necessidade de barragem é eliminada, pois a argila que seria
destinada à barragem é aproveitada para a composição de um tipo de solo, o
Tecnosolo, que pode ser utilizado no processo de reabilitação ambiental,
aumentando a produtividade no campo.
“Esta é a base de um novo modelo de mineração, inédito e mais sustentável,
trazendo uma disrupção para o setor”, ressalta Roberto Seno Júnior, Gerente de
Tecnologia da CBA, que conduz o projeto.
Plantio de milho

Para comprovar a eficiência do Tecnosolo, a UFV fez um experimento com o cultivo
de milho e os resultados indicam que a produtividade é maior do que em uma área
em que Tecnosolo não foi utilizado. “Adicionamos insumos, como fertilizantes e
corretivos, além de materiais orgânicos ricos em micro-organismos. Depois
enterramos essa mistura, em subsuperfície, criando um ambiente mais atraente
para as raízes. Dessa forma, percebemos melhor infiltração da água e diferença no
crescimento das plantas”. descreve o professor Ivo Ribeiro, engenheiro agrônomo
Doutor em solos e professor da UFV. “O desenvolvimento da cultura de milho foi
impressionante: plantas bem nutridas, espigas maiores e em maior número”, explica
o professor.
“Todo o processo é mais sustentável e mais econômico. É um novo jeito de extrair
bauxita e um legado para o setor de mineração, proporcionado pela parceria entre
empresa privada e universidade rumo ao alumínio verde”, conclui.
Para saber mais, acesse https://cba.com.br.
Fonte: Site Valor Econômico. https://valor.globo.com/
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