Conclusão da descaracterização foi antecipado devido ao avanço das obras, que estão sendo feitas com equipamentos operados remotamente.
As obras de descaracterização da barragem B3/B4, localizada na Mina Mar Azul, em Nova Lima (MG), serão concluídas em 2024, três anos antes do prazo previsto inicialmente, declarou a Vale nesta quinta-feira (16/11). Mais de 88% do material do reservatório da estrutura já foi removido e a previsão é de que as obras, que incluem ainda a estabilização do terreno natural remanescente, implantação de sistemas de drenagem e revegetação da área, sejam concluídas no segundo semestre do próximo ano.
Segundo a mineradora, o bom desempenho dos equipamentos operados remotamente, assim como a melhoria das condições de drenagem interna feita no reservatório da barragem, permitiram a remoção do rejeito com maior velocidade do que o previsto anteriormente. Os aprendizados serão replicados nas demais estruturas em processo de eliminação.
“Em outubro deste ano, o avanço do processo de descaracterização também proporcionou a melhora das condições de estabilidade da estrutura e viabilizou a redução do nível de emergência de 2 para 1 pela Agência Nacional de Mineração”, destacou a Vale.
O trabalho de remoção de rejeitos da B3/B4 vem sendo realizado, até o momento, integralmente por equipamentos operados de forma remota. A tecnologia foi desenvolvida pela Vale em parceria com fornecedores e permite que os operadores trabalhem fora da área de risco, em um ambiente seguro e estruturado pela empresa a cerca de 15 quilômetros da barragem, enquanto os caminhões e escavadeiras fazem a remoção de material.
Centro de Operações Remotas: tecnologia permite que os operadores trabalhem fora da área de risco – Foto: Divulgação.
O rejeito retirado do reservatório da B3/B4 está sendo depositado na cava 7 da Mina Mar Azul e na cava da Mina da Mutuca, ambas da Vale, em Nova Lima. De acordo com a empresa, toda a disposição de rejeitos é realizada em conformidade com a legislação e licenças aplicáveis, além de receber fiscalização dos órgãos reguladores.
A cava é o local de onde o minério foi extraído no passado, em terreno natural e sem estrutura de barramento, mantendo o rejeito confinado e sem riscos para a comunidade e o meio ambiente.
A eliminação da barragem B3/B4 significará a volta da normalidade no distrito de Macacos, onde famílias precisaram, por segurança, deixar suas casas em 2019 após o aumento do nível de emergência da estrutura.
Em dezembro de 2022, a empresa firmou acordo no valor de R$ 500 milhões para ações de reparação no distrito, tendo como foco transferência de renda, requalificação do comércio e turismo e fortalecimento do serviço público municipal, além de demandas das comunidades atingidas.
O acordo foi firmado em audiência no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, com a participação do Ministério Público de Minas Gerais, Defensoria Pública do Estado, Município de Nova Lima e Ministério Público Federal.
Programa de Descaracterização de Barragens a Montante
A barragem B3/B4 é uma das 17 barragens a montante que ainda serão eliminadas pela Vale e faz parte do Programa de Descaracterização da empresa. Desde 2019, das 30 estruturas previstas, 13 (dez em Minas Gerais e três no Pará) já foram eliminadas, o que equivale a mais de 40% do total.
Segundo a mineradora, a eliminação das estruturas construídas a montante no Brasil é um compromisso da Vale, além de atender às legislações federal e estadual vigentes sobre segurança de barragens.
As ações implementadas em todas essas estruturas são objeto de avaliação e acompanhamento pelas assessorias técnicas independentes, que fazem parte dos Termos de Compromisso firmados com os Ministérios Públicos Estadual e Federal, Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) e Estado de Minas Gerais.
Fonte: Revista Mineração & Sustentabilidade
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