Por Gustavo Emina e Newton de Souza Jr.*
Atualmente, companhias dos mais variados setores da economia estão moldando suas práticas de acordo com os pilares do ESG, agindo de modo ético e transparente, e adotando tecnologias com impacto positivo no meio ambiente. Neste contexto, a mineração sustentável engatinha. O segmento mineral é um dos que mais possui oportunidades não aproveitadas para ganhos ambientais. O conceito de “waste to value” (do lixo ao valor, traduzido livremente) é o fio condutor da sustentabilidade neste setor. É a transformação de resíduos, que seriam descartados, em recursos economicamente ativos. Ao adotar o “waste to value”, as companhias promovem o reaproveitamento de matérias naturais, preservam os recursos ainda não explorados e impulsionam a criação de novas possibilidades de negócios. Além disso, o setor ainda ganha com enormes oportunidades de carbono evitado, economia de água e reaproveitamento de matéria prima. Mas isso não é tudo. Produtos oriundos da mineração também têm um importante papel na transição energética pela qual passa o planeta. Pensando nisso, algumas empresas desenvolveram tecnologias inovadoras e sustentáveis para o setor minero-siderúrgico, como a New Wave, holding global que criou uma técnica disruptiva e com patente verde para a segregação de minerais por meio de micro-ondas: o Método Wave. O processo não exige a existência de uma barragem de rejeitos, pois ele permite o reaproveitamento dos resíduos depositados nas barragens existentes e nas pilhas secas de minérios descartados. Por fim, ainda possibilita uma inédita segregação de diferentes minerais estratégicos de forma sustentável, já que 99% dos ácidos utilizados são reciclados e recirculados, sem a dispersão destes no ambiente. Outras companhias da cadeia mineral também estão utilizando tecnologias baseadas em Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (aprendizado de máquina) para tornarem seus processos mais sustentáveis, garantindo a eficiência ecológica de projetos de mineração, auxiliando as equipes a identificarem e evitarem situações de risco, além de tomarem decisões mais acertadas sobre a diminuição de seus impactos no ambiente. Quando empregadas ao longo de toda a cadeia produtiva, essas ferramentas podem ser o caminho para um amanhã mais consciente e verdadeiramente ecológico. O futuro do segmento é bastante promissor, mas é preciso que as companhias tirem o discurso da sustentabilidade do papel e passem a aplicá-lo de forma genuína e responsável. (*) Gustavo Emina é Fundador e CEO, e Newton de Souza Jr. é Diretor Jurídico e de Sustentabilidade da New Wave
Fonte: Conexão Mineral
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