No início de agosto o ouro atingiu um novo recorde histórico de US$ 2.077,85 a onça. E, mesmo após uma queda ocorrida ao longo do mês, a cotação continua próxima de US$ 2 mil. Os investidores estão aguardando para entender se o metal precioso vai permanecer nesse nível ou se vai retomar o ciclo de alta começado após a mínima de março, podendo chegar, segundo alguns ate US$ 3 mil a onça.
Há otimismo entre os especialistas pois na série histórica da cotação do metal, desde o fim da cotação fixa de US$ 35 a onça em 1971, os motores do mercado do ouro foram classificados em duas categorias: inflacionário e deflacionário. E como não há sinais de inflação à vista, o mercado aposta em um ciclo deflacionário.
Utilizando a série histórica de outros ciclos deflacionários, e medindo o começo desse mercado a partir das mínimas de 2015, aparecem semelhanças com a alta registrada no período 2001-2008, quando o ouro subiu mais de 200%.
Especialmente considerando que os atuais estímulos dos Bancos Centrais do mundo inteiro para combater os efeitos da pandemia de coronavírus (covid-19), juntamente com os altos níveis de risco sistêmico, são semelhantes aos da crise financeira global de 2008. O que deixa os analistas atentos a uma possível valorização do ouro em até 50% em relação ao valor atual.
Bolha ou não bolha?
Entretanto, por enquanto a primeira meta concreta está em torno de US$ 2.300, o que corresponderia ao recorde, ajustado pela inflação, alcançado pelo ouro em 1980, quando a cotação do metal precioso chegou a US$ 850. Uma meta que poderia ser alcançada em um ano, segundo os analistas.
Mas se um cenário de recuperação econômica em forma de U se materializar, as posições especulativas dos futures de ouro poderiam subir, empurrando os preços para US$ 2.640 por onça.
Em ambos os casos, os analistas excluem o risco de bolha, especialmente na base dos rendimentos dos títulos públicos nas principais economias do mundo, e da fraqueza do câmbio do dólar em relação ao euro e a outras moedas fortes.
Além disso, não houve novas descobertas de ouro significativas desde 2016, que contribuiu para aumentar a pressão sobre a oferta.
Como investir em ouro?
Mas como fazer para investir em ouro? Não existe apenas a commodity física como oportunidade de investimento. Existem também títulos de empresas listadas que trabalham com ouro.
Ambos têm um perfil de risco/retorno interessante. O ouro tem historicamente mostrado um perfil de volatilidade mais baixo, enquanto as ações tendem a ser mais voláteis, mas historicamente superam o ouro durante os ciclos de alta do mercado. Mas há também outros instrumentos financeiros, como ETC.
Primeira opção: lingotes no cofre
A forma mais fácil de investir é comprando barras ou moedas diretamente de uma operadora especializada em investimentos em ouro.
Uma operação que hoje não é muito complexa, até porque as operadoras presentes na praça também oferecem o serviço de custódia em seus cofres.
Quanto aos custos, aplica-se ao preço do ouro um bid-ask spread, que em alguns casos é significativa, enquanto para a custódia do metal é aplicada uma comissão anual que pode variar consistentemente dependendo do operador.
Segunda opção: ETC que “copia” o preço de uma onça
A forma mais comum, uma alternativa ao lingote real, é a do Etc (Exchange Trade Commodities), um tipo de ETF (Exchange-traded Fund) dedicados para as commodities. Listados em Bolsas de Valores, eles seguem fielmente a tendência do metal precioso e também podem ser resgatados recebendo moedas ou barras de ouro em troca.
Em geral, existem dois tipos de Etc de ouro: replicação física e replicação sintética. No primeiro caso, o valor do contrato é garantido por um montante correspondente de ouro detido em garantia. No segundo caso, a exposição é garantida por contratos de derivativos.
Terceira opção: títulos de mineradoras
Para surfar na onda do ouro é também possível investir em mineradoras, que lidam com extração e beneficiamento do metal.
As opções são duas: comprar ações em Bolsa, ou comprar ações de fundos que investem no setor. Neste último caso os desempenhos podem variar significativamente em relação aos do ouro, pois são influenciados por variáveis corporativas.
Além disso, é necessário considerar os custos, isso pois os fundos que investem em mineradoras de ouro têm taxas de administração anuais, superiores às dos Etc, e custos pontuais de entrada.
Fonte: https://www.sunoresearch.com.br/noticias/ouro-superara-3-mil-investir/
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