O uso principal e estratégico do escâner será nos projetos do SGB que dependem da caracterização precisa de minerais de alteração
O Serviço Geológico do Brasil recebeu um novo equipamento, chamado escâner hiperespectral, um dispositivo de bancada, com câmeras hiperespectrais nos comprimentos de onda VNIR-SWIR (Visible-Near Infrared and Short-Wave Infrared), que captura imagens de amostras geológicas com alta resolução espacial e espectral e gera resultados mais precisos.
Esse novo equipamento permite a identificação e caracterização de minerais de forma não destrutiva e com alta precisão. De acordo com o diretor de Geologia e Recursos Minerais (DGM), Valdir Silveira, o escâner adquirido pela DGM, por meio da Divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica (DISEGE), representa um salto tecnológico significativo na capacidade analítica da instituição, permitindo identificar e caracterizar minerais em amostras de mão e testemunhos de sondagens com elevada precisão.
O escâner será fundamental para projetos estratégicos do Brasil, nestes tempos da busca por minerais para transição energética e que demandam caracterização mineral detalhada, especialmente para mineralizações com alteração hidrotermal. Além disso, ele oferece um grande potencial para atender demandas externas dos parceiros, universidades e institutos de pesquisa, ampliando nosso impacto na comunidade científica”, destacou Silveira.
A técnica empregada pelo aparelho – reconhecida como Espectroscopia de Reflectância no Visível e Infravermelho – é uma ferramenta auxiliar na investigação geológica, utilizada para identificar minerais e algumas de suas propriedades físicas e químicas. Estudos indicam que a espectroscopia de reflectância apresenta boa correlação e se complementa com técnicas geológicas clássicas, como petrografia, química mineral e difração de raios X.
Também é reconhecida por ser uma opção mais rápida e econômica, com potencial para aumentar a eficiência em projetos exploratórios. O uso principal e estratégico do escâner será nos projetos do SGB que dependem da caracterização precisa de minerais de alteração.
Entre os benefícios, destacam-se: a caracterização mineralógica precisa, que é essencial para localizar novos depósitos minerais, estimulando economias locais, criando empregos e desenvolvendo infraestruturas. Outra característica é que a técnica pode contribuir para a exploração e gestão mais sustentáveis dos recursos minerais, maximizando os benefícios econômicos e minimizando os impactos ambientais.
O pesquisador do SGB João Naleto ressaltou que a capacidade de detectar mudanças na composição do solo também ajuda a monitorar e diminuir os impactos ambientais de atividades industriais e extrativas, preservando ecossistemas, qualidade dos recursos naturais e saúde pública.
O equipamento está instalado no Laboratório de Sensoriamento Remoto Geológico e Espectroscopia Mineral do SGB na Superintendência Regional de São Paulo (SUREG-SP). Naleto informou que “sua aquisição elimina a necessidade de depender de laboratórios externos, reduzindo custos financeiros e permitindo a autossuficiência técnica e excelência analítica na área de Espectroscopia de Reflectância no Visível e Infravermelho no SGB”.
A facilidade para transportar o equipamento permitirá a análise de milhares de metros de testemunhos de sondagem armazenados nas litotecas do SGB, representativos das unidades geológicas do Brasil e de importantes depósitos minerais.
Fonte: Conexão Mineral
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