Produção de zinco chegou a 81 mil toneladas no segundo trimestre, um aumento de 8% em relação ao período anterior.
A Nexa, uma das maiores produtoras de zinco do mundo, encerrou o segundo trimestre (2T23) com a receita líquida de US$ 627 milhões, uma redução de 6%, em comparação aos primeiros três meses do ano (1T23). O desempenho é decorrente, em grande parte, pelos menores preços dos metais na London Metal Exchange (LME), parcialmente compensados pela maior produção mineral e maiores volumes de vendas metais, de acordo com a mineradora.
A produção de zinco atingiu 81 mil toneladas, um aumento de 8% no comparativo com o 1T23, principalmente devido à recuperação da mina de Cerro Lindo, no Peru, após as fortes chuvas na metade do mês de março, e ao avanço das operações da mina de Aripuanã, localizada no estado do Mato Grosso.
Além disso, a companhia registrou uma produção de 9 mil toneladas de cobre, 42% maior que no 1T23. Já a produção de chumbo registrou 16 mil toneladas, uma expansão de 5% na comparação trimestral. No período, comparativamente ao trimestre anterior, também foram produzidas 2,6 milhões onças de prata (+12%) e 6,8 mil onças de ouro (+5%).
As vendas de metal (zinco metálico e de óxido de zinco – produtos com maior valor agregado) totalizaram 149 mil toneladas, volume 4% maior perante o 1T23. As maiores vendas foram impulsionadas pelo maior volume de produção e pela estratégia comercial da companhia em linha com a evolução do capital de giro.
“A persistente inflação em setores importantes nos EUA, somada às preocupações com a economia chinesa, pressionaram para baixo os preços dos metais básicos, resultando na queda dos preços de zinco em 19% e de cobre em 5% em relação ao primeiro trimestre deste ano”, afirma o CEO da Nexa, Ignacio Rosado.
“Embora os preços da London Metal Exchange (LME) permaneçam sob pressão, a Nexa segue comprometida com sua disciplina financeira. Do ponto de vista operacional, avançamos significativamente na conclusão da fase de ramp-up (início das operações) em Aripuanã, o que contribuirá para aprimorar o perfil operacional e capacidade de geração de caixa da empresa. No segundo trimestre, é importante ressaltar que a produção e a utilização da capacidade aumentaram enquanto a qualidade dos concentrados também melhorou”, finaliza Rosado.
No período, o Ebitda ajustado foi de US$ 72 milhões, uma diminuição de 46% em relação 1T23, reflexo de um ambiente macroeconômico volátil e preços mais baixos dos metais na LME. No 2T23, o lucro líquido ajustado da Nexa atingiu US$ 12 milhões, totalizando US$ 15 milhões no primeiro semestre de 2023.
Resultados no semestre
Nos primeiros seis meses do ano (1S23), a Nexa obteve uma receita liquida de US$ 1,3 bilhão, queda de 17% em relação ao mesmo período de 2022 (1S22). Na primeira metade do ano, a companhia registrou um aumento de 7% na produção de zinco em comparação ao 1S22, resultado do crescimento no volume de minério tratado e do início da operação de Aripuanã.
Em relação ao cobre, houve uma queda de 10%, consequência da menor produção da mina de Cerro Lindo, no Peru. Em contrapartida, a produção de chumbo teve um incremento de 17% no 1S23, quando comparado ao 1S22.
Por fim, o EBTIDA ajustado somou US$ 205 milhões, uma retração de 61% em relação ao 1S22.
Investimento em Capex
No 2T23, a Nexa investiu US$ 60 milhões, totalizando US$ 116 milhões no consolidado do ano. Segundo a empresa, todos esses investimentos referem-se à sustentação das atividades, o que inclui operações, iniciativas de saúde, segurança e meio ambiente e desenvolvimento de minas. No trimestre, foram dedicados US$ 21 milhões em exploração e avaliação de projetos, totalizando US$ 42 milhões no 1S23.
“Diante do cenário desafiador em relação a preços mais baixos, a companhia vem implementando iniciativas para otimizar a alocação de capital, que incluem redução de custos operacionais, otimização de capital de giro e revisão cuidadosa da intensidade de investimentos para o restante do ano”, destaca a mineradora.
Avanços em ESG
Em linha com o compromisso de descarbonizar sua cadeia de valor, em abril de 2023, 25% da frota de veículos que transportam materiais nas minas no Peru passaram a operar com o uso de gás natural em substituição ao óleo diesel. Essa primeira etapa permitirá a redução anual de aproximadamente 23 toneladas de CO2.
Ainda na frente ambiental, a companhia obteve a autorização da Superintendência Regional do Meio Ambiente do Estado de Minas Gerais (SEMAD) para utilização de biocombustível em substituição aos combustíveis fósseis, utilizados nos fornos da operação de óxido de zinco em Três Marias. Até o final do ano, a meta é expandir o uso do biocombustível para 12 fornos da unidade.
Além disso, em julho de 2023, a Nexa registrou suas emissões de carbono no “LMEpassport”, plataforma da London Metal Exchange que promove a sustentabilidade e a transparência no setor de metais básicos.
Segundo a empresa, a produção de zinco da Nexa possui uma das menores pegadas de carbono registradas no setor, com intensidade de emissão de 0,36 toneladas de CO2 equivalente (escopos 1 e 2) de acordo com a metodologia do GHG protocol, posicionando a empresa como líder global em redução de carbono na indústria de zinco.
Avanço das operações em Aripuanã (MT)
De acordo com a Nexa, as operações da mina de Aripuanã, no estado do Mato Grosso (MT), seguem focadas em aumentar constantemente a taxa de produção da planta, a confiabilidade dos ativos e melhorar os graus e a qualidade do concentrado.
Nesse sentido, ao final do 2T23, a planta atingiu 76% de capacidade nominal, sendo que a taxa média de utilização nos primeiros 3 meses do ano foi de 66%. No próximo trimestre, a expectativa é de que a capacidade nominal alcance entre 80-85%.
Mina de Atacocha retoma operações
A mina a céu aberto San Gerardo, na unidade de Atacocha (Peru) retomou suas operações normais com o fim dos protestos de uma comunidade local e a liberação do acesso à mina. Estima-se que a perda de produção de zinco de 0,9 mil toneladas seja recuperada nos próximos meses. Conforme divulgado anteriormente, a projeção de produção para 2023 permanece inalterada.
Fonte: Revista mineração e Sustentabilidade
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