A Vale registrou Ebitda proforma de US$ 6,224 bilhões no 3° trimestre de 2020, ficando US$ 2,638 bilhões acima do obtido no trimestre anterior. O bom resultado deveu-se principalmente aos aumentos dos preços de 26% do minério de ferro e 20% no volume de vendas da commodity no trimestre. O Ebitda ajustado, que inclui US$ 129 milhões de despesas relacionadas a Brumadinho e de doações relacionadas à COVID-19 e iniciativas de suporte ao combate a pandemia, totalizou US$ 6,095 bilhões.
O preço realizado de finos de minério de ferro da Vale totalizou US$ 112,1/t, um aumento de US$ 23.2/t quando comparado ao trimestre anterior e reflete o aumento do preço de referência 62% Fe e a curva de preço futura, devido à forte demanda chinesa. Já o custo de caixa C1 de finos de minério de ferro diminuiu US$ 2,2/t, totalizando US$ 14,9/t no trimestre. A queda é explicada principalmente pela maior diluição de custos fixos (US$ 1,5/t) e a normalização dos custos de demurrage (US$ 0,9/t), ambos efeitos antecipados no relatório do segundo trimestre.
Em agosto de 2020, a Vale aprovou o Projeto Serra Sul 120, um investimento plurianual de US$ 1,5 bilhão com start-up previsto para 2024, incluindo novas frentes de lavra em Serra Sul, duplicação da correia transportadora de longa distância, novas linhas de processamento e a ampliação das áreas de estocagem. A Vale explica que o projeto trará flexibilidade para as operações do Sistema Norte, além de agregar importantes elementos para a redução de riscos operacionais, promovendo confiabilidade ao Sistema Norte.
O Ebitda das operações de carvão aumentou US$ 56 milhões no terceiro trimestre, alcançando US$ 213 milhões negativos no período, com maiores vendas de carvão metalúrgico e pela maior diluição dos custos fixos após a retomada das operações em junho de 2020. A Vale retomará seu plano de manutenção de três meses em novembro de 2020, quando espera-se o ramp-up de produção de até 15 milhões de toneladas anuais.
A Vale registrou um lucro líquido de US$ 2.908 milhões no 3T20, ficando US$ 1.913 milhões acima quando comparado aos US$ 995 milhões registrados no trimestre anterior. O melhor resultado deveu-se principalmente ao maior Ebitda no trimestre e a melhora no resultado de participações, já que no 2T20 foi fortemente impactado pelas provisões de despesas futuras com Samarco e Fundação Renova. Os efeitos positivos foram parcialmente compensados por maiores despesas financeiras, principalmente devido a maior marcação a mercado das debêntures participativas e a reavaliação do valor justo das garantias financeiras emitidas pela Vale.
A Vale gerou US$ 3.751 milhões de Fluxo de Caixa Operacional no 3T20, ficando US$ 3.474 milhões acima do 2T20, seguindo do forte EBITDA, e a gradual normalização do capital de giro, cujo impacto foi de US$ 769 milhões abaixo do 2T20. Em setembro, a Vale repagou US$ 5 bilhões de suas linhas de crédito rotativo, que foram desembolsadas em março de 2020 em meio aos maiores riscos e incertezas apresentados pela pandemia do COVID-19. O repagamento restabelece totalmente o valor original do financiamento disponível das linhas de crédito rotativo.
A posição de liquidez da Vale também foi positivamente impactada pelos proventos das notas emitidas em julho de 2020. A Vale emitiu US$ 1,5 bilhão em notas com vencimento em 2030 com cupom de 3,75% ao ano, o menor rendimento de todos os tempos para o benchmark de dez anos da Vale. Ainda no trimestre, o Conselho de Administração da Vale retomou a Política de Remuneração de Acionistas e a empresa distribuiu um total de US$ 3,327 bilhões em remuneração aos acionistas em relação ao desempenho no primeiro semestre e os juros sobre capital próprio anunciados em dezembro de 2019. Segundo o diretor-presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, "Ao mesmo tempo em que continuamos firmes no compromisso com a reparação integral de Brumadinho, neste trimestre alcançamos um marco importante na estabilização da nossa produção, com o recorde histórico de produção no Sistema Norte, um grande passo para o de-risking de nossa companhia". O Sistema Norte atingiu um recorde de produção trimestral de 56,9 Mt, enquanto os Sistemas Sul e Sudeste melhoraram o desempenho em todas as unidades operacionais, especialmente no Complexo Itabira e no site de Timbopeba, que operou por um trimestre completo após o retorno em junho, e com a retomada na mina de Fazendão em julho.
Fonte: Brasil Mineral
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