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Medalhas olímpicas e paraolímpicas são produzidas com metais reciclados

Mais um ouro para o Japão! Mas, dessa vez, não é nas quadras, piscinas ou nas pistas de competição. O país-sede das Olimpíadas e Paraolimpíadas brilhou na produção do símbolo mais valioso do mundo dos esportes.



As medalhas olímpicas desta edição dos Jogos foram produzidas com o uso de metais reciclados de aparelhos eletrônicos. Dispositivos como computadores, celulares e câmeras digitais foram desmontados para reutilizar o ouro, a prata e o bronze, presentes em componentes como as placas de circuito. São os minérios fazendo parte do momento mais importante do esporte.

Japão recicla lixo eletrônico de todo país para produção das medalhas do Jogos Olímpicos e Paraolímpicos.

Os metais, que já passaram por diversos processos produtivos para serem extraídos da natureza e utilizados na fabricação destes dispositivos eletrônicos, passam por um novo processo de separação, trituração e fusão.

É preciso desmontar os aparelhos eletrônicos manualmente, já que computadores, celulares e outros dispositivos não possuem projetos padronizados. Depois existe uma técnica de transformar o material separado em pó (trituração), podendo utilizar decantação, que é a separação de misturas heterogêneas, e então, a fusão a altas temperaturas para separar os metais. Após separar os metais, eles são levados para fornalhas que os derretem para ganharem os formatos de medalha.

De acordo com o Comitê Olímpico Internacional (COI), para conseguir fazer aproximadamente 5.000 medalhas para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, a organização do evento precisou recolher uma quantidade enorme de lixo eletrônico. Foram mais de 6 milhões de telefones celulares usados e mais de 78 toneladas de computadores, tablets, monitores e outros aparelhos antigos ou quebrados. Deste material reciclado, foram extraídos 35 kg de ouro, 3,5 mil kg de prata e 2,2 mil kg de bronze.


Rayssa Leal, atleta do skate, medalhista de prata nas Olimpíadas de Tóquio.



Os atletas brasileiros estão na busca pela tão sonhada medalha e vem obtendo grandes resultados. Mas, quando você vê a pequena Rayssa Leal, a mais jovem atleta brasileira em Olimpíadas, skatista de apenas 1,47m de altura e 38 quilos, com a medalha de prata no peito, comemorando orgulhosamente, você imagina quanto pesa esse maior símbolo da sua conquista?

As medalhas têm 8,5 cm de diâmetro e pesam praticamente meio quilo, sendo que a composição de cada uma varia. A medalha de ouro, a mais cobiçada pelos atletas, é feita de 556 gramas de prata reciclada coberta por 6 gramas de ouro, também reciclado. A medalha da Rayssa, de prata, pesa 550 gramas do próprio material. E, as de bronze possuem 450 gramas de latão vermelho (5% de zinco e 95% de cobre).

A coleta dos materiais eletrônicos foi realizada entre abril de 2017 e março de 2019, nas lojas da NTT DoCoMo, principal operadora de celular do Japão. Além disso, mais de 90% das autoridades municipais japonesas atuaram como pontos de entrega. Foram mais de 18 mil pontos de coleta espalhados pelo país.

Para escolher o responsável pela produção das medalhas, foi realizado um concurso com 400 participantes. O grande vencedor foi o designer Junichi Kawanish.

Mineração urbana

A iniciativa do Japão reforça a preocupação com o reaproveitamento do lixo eletrônico. Alguns países já investem pesado na “mineração urbana” ou “remineração” que é a obtenção de matérias-primas tendo como fonte os resíduos eletrônicos a fim de transformá-los em novos produtos. Ou seja, ao invés de retirar os metais das minas, utilizando o processo tradicional, os resíduos eletrônicos são reaproveitados após passar por um processo de reciclagem.

No Brasil, existem recicladoras de eletro-eletrônicos já a algum tempo. O primeiro passo, é o descarte adequado desses equipamentos. Já pensou que sua TV antiga pode conter diversos componentes que são o futuro da mineração? A tendência em sustentabilidade é a utilização racional dos recursos naturais (na jazida) e recuperação de diversos materiais a partir da reciclagem.

Segundo o relatório mais recente da Organização das Nações Unidas (ONU), publicado em junho de 2020, foram gerados 53,6 milhões de toneladas de lixo eletrônico em todo o mundo em 2019, o que representa um aumento de 21% em 5 anos, e uma média de 7,3 kg por pessoa. Deste total, 17,4% foi reciclado.

A China é o maior produtor de lixo eletrônico com o descarte de 10,1 milhões de toneladas. Depois estão os Estados Unidos, com 6,9 milhões de toneladas, e a Índia com 3,2 milhões. Os três países foram responsáveis por quase 38% do lixo eletrônico produzido no mundo no ano passado.

O Brasil é líder na produção de resíduo eletrônico na América Latina. Por ano, é produzido 1,5 milhão de toneladas de lixo, com apenas 3% dele coletado de maneira adequada.


Com informações do Educa Mais Brasil, ONU e do portal da Mineração

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