Manifestantes pró-independência da Nova Caledônia provocaram um incêndio nas instalações da Vale na Nova Caledônia. Em comunicado ao mercado no fim da tarde de segunda-feira (15), a companhia informou que o fogo atingiu a mina de níquel e cobalto e parte da infraestrutura relacionada à operação no arquipélago na Oceania.

No comunicado, assinado pelo diretor-executivo de Relações com Investidores da empresa, Luciano Siani, a Vale informou que o Corpo de Bombeiro e os Gendarmes (força militar da França, que controla o arquipélago) estiveram no local para controlar as chamas.
"A planta, localizada a 7 km de distância (do local do incêndio), permanece segura e sob proteção dos Gendarmes", afirmou a mineradora, acrescentando ainda que "repudia os atos de violência e reafirma seu comprometimento com a segurança e proteção dos empregados da VNC (Vale Nova Caledônia) e da comunidade, apoiando incondicionalmente os esforços que buscam uma solução pacífica para a situação".
Na quinta-feira (10) os funcionários tiveram que ser retirados às pressas da unidade após manifestantes tentarem invadir a planta. Os protestos pró-independência se agravaram após o anúncio, no dia anterior, de acordo para venda da Vale Nova Caledônia para um consórcio com participação local e internacional que inclui a trader de commodities Trafigura.
A venda da operação despertou a ira dos separatistas da Frente de Libertação Nacional Socialista e Kanak (FLNKS) e chefias Kanak. É, dizem eles, uma operação de "predação multinacional". Desde então uma série de manifestações - algumas violentas e outras pacíficas - explodiu na região.
E nem todas contrárias à venda. No sábado, mais de 20 mil manifestantes saíram às ruas de Nouméa, onde fica a planta da Vale. A marcha "pacífica" ocorreu após a semana de violência marcada pelos protestos e interdições de estradas realizados por movimentos de independência hostis ao consórcio que assumiu a operação de níquel.
A procissão marchou no centro da cidade, passando em frente aos portões do Alto Comissariado da República, cantando a Marselhesa e exibindo bandeiras tricolores. O protesto foi organizado a pedido do movimento Les Loyalistes, que reúne Avenir en Confidence (AEC), principal partido anti-independência, bem como outras legendas de direita. Virginie Ruffenach, presidente do grupo AEC no Congresso, elogiou a manifestação
"Esta é uma mobilização muito boa da maioria silenciosa, aquela que quer uma Caledônia de paz, que não quer violência nem bloqueio. Pode haver debates políticos ... mas nunca devemos ceder a esta violência, que fez os caledônios reféns".
Ao contrário dos separatistas, que multiplicam bloqueios e ações violentas, o grupo Loyalist e o Estado, que concede ajuda financeira, são a favor deste projeto de recuperação, que permite "salvar 3000 empregos".
Com informações do Le Monde.
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