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Jaguar Mining inicia fechamento de barragem em operação de ouro em MG

A Jaguar Mining vai aumentar o volume útil na estocagem de rejeito da barragem de Moita, no complexo de ouro em Caeté (MG), como forma de preparar a estrutura para o seu fechamento. Segundo a empresa, ela está implantando uma planta de filtragem para substituir a disposição dos rejeitos em polpa pela disposição do rejeito filtrado.


A mineradora disse que está prevista a acomodação total de 104.634 metros cúbicos de rejeito filtrado ao longo de 46 meses. Este rejeito filtrado será disposto acima dos resíduos já depositados hidraulicamente nos últimos anos.

"A previsão média de altura do enchimento é de três metros dentro do reservatório, obedecendo a cota mínima necessária para o fechamento da barragem e condução de água de chuva que não terá contato com o rejeito. Após a disposição do material filtrado, o mesmo será envelopado com geomembrana e posterior cobertura de solo orgânico e plantio de grama", disse a companhia em nota.

De acordo com a Jaguar, ela realizou uma parceria com a empresa Tetra Tech, em que houve a elaboração do projeto de enchimento e cobertura da Barragem de Moita, contemplando disposição do cake (rejeito filtrado), além da impermeabilização, revegetação e recuperação ambiental da área.

"Trata-se de um projeto contemporâneo, que reúne a necessidade do setor de mineração em substituir a operação com barragens por processos mais modernos e, ao mesmo tempo, garantir o fechamento adequado da barragem. O encerramento de atividades de barragens classe I (rejeitos perigosos) representa um desafio, visto que a existência de uma camada impermeabilizante (membrana) constitui um limitante para uma série de processos de fechamentos convencionais", declarou.

A mineradora afirma que está otimizando seu sistema de disposição de rejeito de lixiviação na unidade CCA/RG, em Caeté, desenvolvendo e implementando um sistema de filtragem com dois filtros do tipo prensa, que irão operar em batelada. Atualmente, o projeto está na fase de implantação e a previsão para o start-up é setembro de 2021. O complexo compreende as minas de ouro subterrâneas Pilar e Roça Grande.


"A planta de filtragem de rejeito da lixiviação foi projetada para operar por um mínimo de 5 anos, com 90% de disponibilidade operacional, equivalente a uma capacidade de 6 t/h ou 47.304 toneladas por ano. O circuito compreende a área de espessamento, tancagem, filtragem e uma estação de tratamento de efluentes industriais. Desta forma, a Jaguar garante que todos os potenciais contaminantes ambientais sejam completamente neutralizados e contidos no processo, sem riscos ao meio ambiente e comunidades ao longo do armazenamento, que ocorrerá em área controlada", disse a empresa.

O conceito geral do projeto, conforme a Jaguar, é a instalação, considerada "inovadora em uma barragem de rejeitos", de geodrenos verticais (aproximadamente 4.500 geodrenos / 35.000 m) ao longo de todo o reservatório atual e que, "associados a um colchão drenante horizontal e ao aterro compactado de rejeito filtrado, promoverão a aceleração do adensamento do rejeito depositado atualmente na barragem pelo método hidráulico e, consequentemente, do ganho de resistência desse material", explica.

Para o fechamento da estrutura também está prevista a construção de dois poços de bombeamento no interior do reservatório, a fim de rebaixar o nível da água no interior do rejeito depositado.

"Durante a execução do projeto serão instalados piezômetros, placas de recalque e manta geotêxtil não tecido sobre o colchão drenante. O processo compreende ainda, entre outras etapas, a instalação da geomembrana de impermeabilização sobre o aterro de rejeito filtrado e, sobre esta, a manta geotêxtil, não tecido de proteção, e acima deste será realizado uma camada de aterro com vegetação", ressalta.

O acompanhamento do comportamento geotécnico da barragem, de acordo com a empresa, será realizado por meio de instrumentos automatizados instalados nos rejeitos que geram informações em tempo real (12 piezômetros, nove placas de recalque e dois poços de monitoramento no maciço). "Além das atividades preliminares, o projeto é composto por quatro etapas que serão executadas até 2025. As atividades ocorrerão no sentido da crista para o fundo do reservatório de forma progressiva, ou seja, o final de uma etapa delimitará o início da outra".

Ainda segundo a mineradora, a forma progressiva de fechamento da barragem permite reduzir a "área de contribuição das chuvas, garantindo um volume de amortecimento seguro frente à passagem de cheias". Além disso, ela afirma que o fato de a barragem continuar em operação permite que os custos do fechamento sejam otimizados, visto que os estudos "foram desenvolvidos considerando todas as premissas ambientais e de engenharia, de forma que o projeto final detalhasse não somente a metodologia de fechamento, mas também a forma de reincorporação da barragem ao meio ambiente".

A Barragem de Moita foi construída em 2009, no município de Caeté, e tem como finalidade a disposição de rejeitos de minério de ouro provenientes do beneficiamento realizado na planta metalúrgica da unidade da empresa.


Fonte: Notícias de Mineração do Brasil

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