Greve em três minas do Chile, maior produtor mundial de cobre, pode interromper de forma simultânea a produção e afetar a oferta global, que já começa a ficar apertada.
A ameaça mais séria ao abastecimento global vem de Escondida, a maior mina de cobre do mundo, onde trabalhadores rejeitaram a oferta salarial final da BHP em assembleia no último sábado .
Caso o governo local não consiga mediar um acordo, o mercado pode ficar sem produção de um projeto que, no ano passado, respondeu por 1,2 milhão de toneladas.
Duas outras minas menores - Andina, da Codelco, e Caserones, da JX Nippon Mining & Metals - estão no mesmo estágio de negociação coletiva. Isso coloca em risco mais de 7% da produção mundial em um momento particularmente sensível do ciclo do metal e da política chilena.
As tensões trabalhistas se intensificam à medida que trilhões de dólares em estímulos dos governos impulsionam a demanda por metais industriais. Os futuros do cobre subiram nas últimas duas semanas depois de recuarem em relação a uma máxima histórica em maio.
Os ganhos das mineradoras aumentam o poder de barganha de trabalhadores das minas, enquanto países produtores também buscam elevar os impostos para ajudar a resolver as desigualdades agravadas pela pandemia do novo coronavírus.
No Chile, esse cenário coincide com a redação de uma nova Constituição que pode resultar em legislação mais rigorosa para água, geleiras, minerais e direitos comunitários, além das eleições presidenciais programadas em novembro.
Ao mesmo tempo, empresas tentam manter os custos de mão de obra sob controle em um negócio cíclico, à medida que a qualidade do minério se deteriora e os preços dos insumos começam a subir.
Fonte: Notícias de Mineração do Brasil
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