Os futuros do minério de ferro da China voltaram a cair e atingiram nesta sexta-feira (10) o valor mais baixo em 11 meses, pressionados pelo corte na produção de aço imposta pelo governo do maior consumidor global de metais. Outros insumos siderúrgicos, porém, tiveram altas recorde devido à perspectiva de baixa oferta.
O contrato mais ativo de minério de ferro na Dalian Commodity Exchange, com vencimento em janeiro, chegou a cair 4%, para 717,50 iuanes (US$ 111,09) a tonelada, valor mais baixo desde 27 de outubro do ano passado. O ativo recuperou parte das perdas durante o dia e encerrou a 730 iuanes (US$ 113,08) por tonelada, com recuo de 2,28%.
O minério de ferro na Bolsa de Cingapura para outubro caiu 3,3%, para US$ 127,35 a tonelada.
O preço spot do minério de ferro com 62% de conteúdo fechou a US$ 132,25 a tonelada, com baixa de 0,07%, segundo a consultoria MMI, de Xangai, e a US$ 130,26 por tonelada, com recuo de 1,46%, na medição da Fastmarkets MB.
Já os futuros de carvão metalúrgico e coque de referência da China atingiram altas recordes, impulsionados por temores de um prolongado aperto no fornecimento de materiais siderúrgicos na maior produtora de aço do mundo.
O carvão metalúrgico mais negociado em Dalian, para janeiro, saltou 7,5% para 3.057 iuanes (US$ 473,29) a tonelada, após uma retração marginal na sessão anterior e apesar de um aumento nas taxas de transação visto como uma medida pelos reguladores do mercado para esfriar o rali escaldante.
O coque subiu 6,3%, para 3.824 iuanes por tonelada, subindo para a nona sessão consecutiva.
Uma crise no fornecimento de carvão que a China esperava diminuir em julho continuou a sacudir seu gigantesco setor de aço, já que as minas locais enfrentam restrições ambientais e de segurança mais severas. As importações, por sua vez, foram prejudicadas pela proibição do carvão australiano e da Covid-19, o que dificultou os embarques da Mongólia.
Analistas disseram que as empresas de coque, principalmente nas províncias de Shanxi e Shandong, foram muito afetadas por uma proteção ambiental mais rígida e vigilância de segurança por parte das autoridades.
A China disse na terça-feira que está disposta a comprar mais produtos minerais e agrícolas da Mongólia e que trabalhará com ela para garantir o comércio livre através de sua fronteira.
"Os preços do carvão metalúrgico da China subiram 90% nos últimos cinco meses com o aumento das preocupações com a oferta. Espera-se que uma melhor relação comercial com a Mongólia alivie isso um pouco", disseram analistas da empresa de finanças corporativas de Londres SP Angel em nota.
O vergalhão na Bolsa de Futuros de Xangai subiu 2,5%, enquanto a bobina a quente avançou 1,9%. O aço inoxidável ganhou 2,5%.
Com informações da Reuters.
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