A Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), a Mineração Caraíba, a Universidade do Vale do São Francisco (Univasf) e o WorldWatch Institute (WWI) realizaram, dia 27 de novembro, o I Fórum Regional de Sustentabilidade, Inovação e Desenvolvimento na Mineração, no Complexo Multieventos da Univasf, em Juazeiro (BA). O presidente da CBPM, Antônio Carlos Tramm, destacou que sustentabilidade e inovação são as duas principais ferramentas a serem operadas hoje em dia. “É o futuro de nossos filhos e netos, o futuro da sociedade. E isso começa com o cidadão de barriga cheia. Algo básico para a sobrevivência. A partir disso, o cidadão cuida das demais coisas. Sem isso, não há como cuidar de nada. E a mineração está aqui para isso”, ressaltou
O diretor da Mineração Caraíba, Manoel Valério de Brito, participou da primeira mesa do Fórum e disse que os ODS integram todos os setores e entidades em nível global. O executivo também citou as práticas de ESG (Environment, Social and Governance), que consideram a sustentabilidade dentro da estratégia financeira das organizações. “É uma exigência do próprio mercado financeiro. O investidor de fora quer que esses princípios sejam levados em conta, e o setor mineral vem atuando em todo esse processo”. O gerente de Meio Ambiente e Comunidades da Mineração Caraíba, André Cirilo Germani. citou o case da panificadora Flor de Mandacaru, que contribui para a formação de padeiras e doceiras no distrito de Pilar, em Jaguarari (BA). A iniciativa tem investimentos de R$ 224 mil e contempla o ODS 5 das Nações Unidas (promoção da Igualdade de Gênero).
Durante o Fórum, os projetos socioambientais apoiados pela Mineração Caraíba nas regiões onde atua – todos relacionados aos ODS -, foram representados em estandes instalados no hall de entrada. Com foco no empreendedorismo, uma das iniciativas promove a fabricação de laticínios a partir do leite de cabra. Em outra barraca, a Associação de Mulheres da Fazenda Esfomeado expôs seus biscoitos artesanais. Calçados feitos a partir de couro também foram apresentados pelas comunidades beneficiadas e puderam ser comercializados. O diretor do WorldWatch Institute (WWI) no Brasil, Eduardo Athayde, mencionou que as mineradoras devem investir no Brasil, entre 2020 e 2024, US$ 32,5 bilhões dentro de critérios que contemplem os ODS e as práticas em ESG. “Não tem mais dinheiro no mundo fora dos critérios ESG”, acrescentou.
Na segunda metade do evento, a palestra “As potencialidades do município de Campo Formoso na Mineração e os desafios para atender aos ODS”, foi ministrada pelo geólogo Baldoíno Dias Neto, professor do Instituto Federal da Bahia (Ifba). O especialista fez uma breve contextualização sobre Campo Formoso, cidade de cerca de 70 mil habitantes que se destaca na produção de minério de cromo. “Campo Formoso é um município rico, mas ainda com uma disparidade de renda significativa entre os seus habitantes. Ainda vemos locais extremamente pobres com recursos hídricos escassos”, afirmou Dias Neto. O geólogo cobrou prefeituras de municípios onde existam mineradoras, de forma geral, convertam o valor arrecadado por meio da CFEM para a criação de políticas públicas.
O reitor da Univasf, Paulo Cesar Neves, disse que a crise ambiental nunca esteve tão em evidência ao longo da história. “Este Fórum, ao direcionar sua lupa para o setor da mineração, identificará possibilidades para a criação de ativos capazes de reduzir as desigualdades sociais, aumentando a qualidade de vida”, projetou. O evento deverá ter novas edições em breve e contou com um acordo de cooperação técnica assinado entre representantes da CBPM, Mineração Caraíba e Univasf.
Fonte: Brasilmineral.com.br
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