Estudos realizados no país pela The RepTrak Company, empresa de dados e insights de reputação, mostram que o patamar atual de reputação da mineração brasileira para a sociedade é mediano, após cair para um nível baixo após os desastres com barragens em Mariana (2015) e Brumadinho (2019).
A revelação dos dados foi feita durante o 1° encontro do Lab de Comunicação para Mineração - "Reputação: a sociedade brasileira conhece a mineração do setor de mineração?", realizado na quarta-feira (19) e organizado por uma parceria entre a Associação Brasileira de Comunicação (Aberje) e o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
"Entre 2007 e 2008, o setor aparecia com uma reputação forte, um indicador muito bom. Ao longo dos anos seguintes, a reputação caiu um pouco, mas se estabilizou em um nível mediano. Após os acidentes de Mariana e Brumadinho, a reputação do setor caiu drasticamente. Mas a história que estamos vendo atualmente é de recuperação da reputação do setor. Entre 2019 e 2021, houve um crescimento e a mineração voltou ao patamar de reputação mediano que manteve por cerca de 10 anos", destacou o vice-presidente da The RepTrak Company, Marcus Dias.
A consultora da ALL+ e professora da Fundação Dom Cabral, Ana Luisa de Castro Almeida, destaca que a percepção da sociedade é muito "fruto da realidade".
"Essa percepção não é formada somente por expectativa, mas sim por aquilo que é. A sociedade mudou muito rapidamente e tem um protagonismo muito forte. Com isso, as organizações precisam mudar a sua postura, sua atitude, a sua forma de se relacionar. É importante avaliar se as organizações estão avançando genuinamente ou promovendo ações para a solução de problemas pontuais. É preciso fazer parte da mudança social e do novo capitalismo", ressalta.
Os participantes do encontro ressaltaram que, neste trabalho de gestão da reputação, cada grupo de stakeholder tem suas expectativas, demandas e avaliação do setor e que existe a reputação da mineração sob o olhar da população, colaboradores, imprensa, entidades de classe, fornecedores, lideranças comunitárias, governo, entre outros. "Diante disso, a comunicação é fundamental para dialogar e promover o engajamento dos públicos a partir de práticas concretas", destaca a nota sobre o evento.
A professora de Graduação e Pós-graduação na ESPM-Sul, sócia-diretora da Verity Consultoria e diretora do Capítulo Aberje-RS, Rosângela Florczak, destacou que "as ferramentas tradicionais de comunicação não dão conta mais de atender a complexidade desse mundo em plena metamorfose que estamos enfrentando, dessa busca de protagonismo social, desse ambiente midiático digital e de tantas outras características que se intensificaram na nossa sociedade, especialmente neste momento de pandemia".
O diretor-presidente do Ibram, Flavio Penido, reforçou a importância da mudança de percepção da sociedade sobre a mineração. "As pessoas, muitas vezes, desconhecem os benefícios que a atividade traz para a sociedade, como novas tecnologias e a evolução de processos industriais. O setor desenvolveu a Carta Compromisso Perante a Sociedade com metas bastante desafiadoras para elevar o patamar de sustentabilidade das mineradoras. Também fizemos acordos internacionais assegurando uma capacidade maior de segurança operacional em todas as minas, em todas as ações. Enfim, as práticas de ESG hoje são mandatórias em todos os setores, especialmente no setor de mineração, e o conhecimento e a experiência vão indicar os caminhos para melhorar a forma de nos apresentarmos à sociedade", afirmou.
O evento também contou com a participação do vice-presidente de clientes e serviços da RepTrak Company na Austrália, Oliver Freedman. Ele falou sobre a comunicação e reputação da mineração australiana, utilizando como base as duas principais mineradoras do país, BHP e Rio Tinto, principalmente neste último ano, e a visão geral do setor mineral australiano durante o combate à pandemia de Covid-19.
Fonte: Notícias de Mineração do Brasil
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