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Equipe da Jaguar Mining desenvolve técnicas para melhorar processos de lixiviação do ouro

As medidas adotadas promovem redução do uso de reagentes e economia financeira de R$ 500 mil/ano


Buscando sempre adotar medidas que agregam melhorias e mais sustentabilidade aos processos de beneficiamento do ouro, a Jaguar Mining investiu em dois sistemas da etapa de lixiviação do mineral: o primeiro reduz o consumo de cianeto de sódio durante o processo de beneficiamento e o teor de ouro descartado junto com o rejeito. Já o segundo refere-se a um procedimento ligado ao concentrado gravítico.

O processo de lixiviação tem a capacidade de oxidar e dissolver o ouro produzindo um sal solúvel à base de ouro, sódio e cianeto, bem como outros metais como ferro, arsênio, prata, cobre etc. A primeira técnica adotada pela Jaguar Mining reduz o consumo de cianeto de sódio durante o processo de lixiviação e, consequentemente, diminui a concentração de ouro nos rejeitos. Para isso, foi instalado um novo sistema de injeção de oxigênio nos tanques de pré-aeração e cianetação da polpa.

“Pressurizamos a polpa de um dos tanques de pré-aeração, recirculando-a do fundo do tanque para o seu topo e injetando oxigênio na tubulação de bombeamento. Usamos também lanças com tecnologia da White Martins que promovem a formação de microbolhas de oxigênio”, explica Istelamares Alvarenga de Barros, Coordenadora de Processos da Jaguar Mining.

O oxigênio tem papel fundamental na recuperação do ouro, especificamente antes e durante a cianetação do metal. Na etapa de pré-condicionamento, previamente à cianetação, ele oxida minerais como pirrotita, arsenopirita e outros sulfetos que afetam negativamente a dissolução do ouro.

“Durante a cianetação, ele participa ativamente na reação de extração do ouro do minério para uma fase líquida. Portanto, o controle da concentração de oxigênio dissolvido na polpa é um fator importante para a recuperação do mineral”, acrescenta Istelamares.

Os ganhos obtidos com a medida, comparando com o período anterior, de janeiro de 2018 a janeiro de 2021, e após a implantação do sistema, entre fevereiro de 2021 e setembro de 2022, foram:

• elevação da concentração de oxigênio dissolvido nos tanques de 5 ppm para 15-20 ppm, oxidando com maior eficiência os minerais cianicidas (consumidores de cianeto);

• redução de 30,10% do consumo de cianeto de sódio;

• melhor cinética de dissolução do ouro, reduzindo a concentração de ouro no rejeito em 19,66%, que equivale a aproximadamente 670 oz/ano;

• redução do custo com reagentes em aproximadamente R$ 500 mil/ano.

Recuperação por concentração gavimétrica

A segunda medida desenvolvida pela equipe da Jaguar Mining jogou luz sobre a concentração gravimétrica, processo de recuperação de ouro que se baseia na diferença de densidade específica das partículas. Como a densidade do ouro é muito mais elevada que a do minério, é possível separar o ouro eficientemente.

“Este é um método mais econômico e comumente empregado na recuperação de ouro livre. Cerca de 50% a 60% do ouro produzido na unidade RG, em Caeté, é recuperado por este processo”, diz Istelamares.

Após a concentração gravítica (processo no qual partículas de diferentes densidades e tamanhos são separadas uma das outras por ação da força de gravidade ou por forças centrífugas), o concentrado de ouro gerado passa pelo processo de lixiviação intensiva que tem como finalidade dissolver o ouro a uma concentração de 30.000 ppm de cianeto livre. Como explica Istelamares, diversas medidas de controle foram implantadas na planta metalúrgica ao longo dos 11 anos de implantação deste circuito, de forma a garantir a efetividade do processo e maximizar a recuperação de ouro. Entre essas medidas está a intensificação da análise da solução durante a lixiviação, realizando amostragens a cada 30 minutos para análise da concentração de ouro em solução e cianeto livre.

“Por meio desse trabalho minucioso e conforme alteração das características mineralógicas do minério, observamos que devido à solubilização excessiva de metais como ferro e arsênio, podem ocorrer duas situações não desejáveis: a primeira delas é que a partir de um certo tempo de lixiviação o ouro já solubilizado retorna para o estado sólido, precipitando sobre o concentrado gravítico; a segunda é que, quando não ocorre precipitação do ouro, há uma parte do metal que não se solubiliza, mesmo com a extensão do tempo, devido à saturação de outros metais em solução. Mas, ao aplicarmos uma segunda lixiviação, com uma nova solução, este ouro é recuperável”, esclarece Istelamares.

Com essas observações, foi possível à equipe de especialistas da Jaguar Mining determinar o tempo ótimo de cianetação, evitando a precipitação do ouro. Dessa forma, foi possível reduzir o tempo de lixiviação intensiva de 12 horas, no ano de 2013, para 2,5 horas, em 2022.

“A partir daí, adotamos como padrão a relixiviação do concentrado. Ambas as medidas têm garantido a otimização do processo e a recuperação de 98% do ouro do concentrado gravítico”, acrescenta Istelamares.

As medidas desenvolvidas pela equipe da Unidade RG da Jaguar Mining se tornaram um benchmarking para uma grande mineradora da região, que está adotando o processo. As soluções foram consideradas inovadoras pelo consultor e especialista Michaell Fullam, da Consep, empresa australiana que patenteou um dos processos.



Fonte: Conexão Mineral


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