Metais industriais são negociados nos maiores níveis dos últimos anos com as apostas de que a recuperação econômica após a pandemia do novo coronavírus e a pressão mundial por fontes de energia mais limpas e mais verdes liberem uma forte demanda reprimida.
Em segmentos como metais básicos, insumos essenciais, baterias e eletrodomésticos, o consumo pós-crise ameaça superar a oferta de curto prazo. Governos e empresas no mundo todo anunciam metas de zerar as emissões líquidas de carbono, a Europa lançou um pacote de iniciativas ambientais como parte do seu plano de crescimento, e o novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu investir US$ 400 bilhões em pesquisa e desenvolvimento de energia limpa ao longo de dez anos.
Isso deve expandir a demanda por metais e impulsionar empresas em toda a cadeia de suprimentos. As ações da Tesla, do bilionário e visionário Elon Musk, subiram mais de 300% nos últimos 12 meses com a sólida perspectiva para veículos elétricos, enquanto mineradoras como a Glencore e a BHP se mostram cada vez mais otimistas com o cenário para as matérias-primas. O crescente otimismo até gerou previsões sobre um possível novo superciclo das commodities.
Metais básicos se beneficiam de um período de ganhos: o níquel está no nível mais alto desde 2014, enquanto o cobre mira um período recorde de altas mensais à medida que se aproxima de US$ 10 mil a tonelada.
A lógica é simples: a produção não será compatível com o crescimento acelerado da demanda com a recuperação após a pandemia, e os países investem pesado em infraestrutura elétrica que não pode ser construída sem fios de cobre e cabeamento. Esses cenários podem trazer períodos de escassez, começando com um deficit de cobre neste ano, que o Citigroup projeta em cerca de 500 mil toneladas.
Na sexta-feira (19), os preços do cobre atingiram o maior nível desde 2011, com os investidores apostando em uma recuperação econômica da pandemia e um aumento na demanda por commodities indispensáveis na transição mundial para as energias limpas.
Já o lítio, essencial em carros elétricos e energia renovável, se recupera com o aumento da demanda por baterias recarregáveis. O metal mostra sinais incipientes de recuperação após um longo período de queda devido ao excesso de oferta.
Observadores do mercado projetam ganhos neste ano à medida que governos se comprometem a acelerar o uso de veículos elétricos. A oferta pode ficar mais apertada neste ano, de acordo com Xiaoyi Liu, analista do Shanghai Metals Market, acrescentando que "o lítio deve permanecer em ciclo de alta".
As informações são da Bloomberg.
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