top of page

Digitaliza


Um outro surto se espalha pela mineração, o da digitalização. O assunto parece não ser novo, mas no Brasil ganhou força com a pandemia e agora as mineradoras e prestadores de serviços no setor miram no aumento da produtividade e redução de pessoas nas frentes de trabalho. Além da Nexa e da Vale, outras empresas como a Andrade Gutierrez, querem beber na fonte de conhecimento e criatividade de tech startups.

No fim de agosto, a Andrade lançou o seu programa de inovação anual, o Vetor AG. Entre os temas deste ano estão mineração subterrânea, digitalização e tomada de decisão baseada em dados, materiais inovadores para construção e construção modular.

A Nexa Resources, do grupo Votorantim, traz mais um Mining Lab Challenge, iniciativa que visa apoiar empreendedores no processo de desenvolvimento de inovações tecnológicas para a indústria da mineração e metalurgia. Depois de um challenge extra, focado no combate à Covid-19, este visa a lavra, beneficiamento, refino e fundição de zinco e cobre; gestão e eliminação de resíduos e efluentes; construção de legados positivos; e mais eficiência e produtividade. As inscrições estão abertas até outubro.

Outro challenge que está em andamento é o Anglo American Challenge Fiemg Lab. Esse, cujo resultado sai esses dias, traz dois desafios bem específicos: medição de densidade nos moinhos verticais e eliminação de acesso a espaços confinados em moinhos de bolas. Dá-lhe sensores e tecnologia operacional (TO), além da tradicional TI. As datas de implantação são bem agressivas, janeiro do ano que vem.

A Anglo não é novata no assunto. Em 2017, com a BHP e a Antofagasta, bancaram um challenge milionário para criar um conceito de mineração de cobre com zero rejeitos, zero efluentes, zero emissões de carbono. Esse trabalho foi feito com a Xprize, uma ONG que já distribuiu US$ 140 milhões em prêmios desde 1995 para desafios como esse. Naturalmente com o suporte de patrocinadores.

As iniciativas da Nexa e da Fiemg Lab são feitas sob a batuta da Neo Ventures, assim como a Vetor AG e o Mining Hub. E por falar em Fiemg Lab, que se diz ora o maior, ora a único hub de inovação aberta e startups industriais, eles iniciaram o terceiro ciclo para acelerar 50 startups B2B com soluções para a indústria. Entre os benefícios do programa estão até R$ 1 milhão para a realização de provas de conceito; conexão com o mercado e mentoria com especialistas; e bolsa de pesquisa da Fapemig no valor de R$ 1.521 para dez empreendedores.


O Fiemg Lab conta com grandes players da indústria para esta edição, entre elas a AngloAmerican, Fiat, Gerdau, RHI Magnesita, Usiminas e Vale. Ou seja, o pessoal da mineração não se contenta somente com o Mining Hub, que foi lançado em janeiro de 2019, eles querem mais, muito mais.

Nem só de estruturas locais vive a inovação mineral. Uma empresa federal importante é a Embrapii que, entre outros projetos inovadores que hospedou, está o do desenvolvimento de tintas ricas em zinco para a Vale, a Tintas Renner. O objetivo do novo material é proteger equipamentos operacionais.

Boa parte do objetivo desses desafios é elevar a digitalização do ramo mineral. Mas isso não significa somente investimentos em perfuratrizes e caminhões autônomos, ou uso de 5G para captura de dados e melhorar a comunicação na lavra. Coisas mais simples, como o teletrabalho, exemplificam o avanço da digitalização na forma de trabalho.

A pequena Jaguar Mining aproveitou a pandemia para reconstruir a relação dos seus empregados por meio de um coworking, aumentando o tempo de home-office. Mas estamos falando de 80 pessoas. A Usiminas foi mais além e pôs à venda sua sede de seis andares em Belo Horizonte, onde trabalhavam pouco mais de 300 pessoas. Nos anos 2000, esse prédio chegou a acolher 1.000 empregados.

Agora imagine fazer isso com milhares de empregados, como pode ser o caso da Vale. A maior mineradora brasileira mantém, só no Rio de Janeiro, 1.800 empregados trabalhando nesse regime. Você, caro leitor, pode não ter percebido, mas esse é um exemplo de digitalização.

Reuniões e vários serviços foram digitalizados. Como a Vale deve ter uns 20.000 empregados com notebooks, imagine o tamanho da mudança. Vai sobrar escritório para alugar no Rio e em Belo Horizonte.


Fonte: Noticías de Mineração do Brasil

0 comentário

Comments


bottom of page