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Dificuldade de expansão de mina em MG ameaça investimento de R$ 1,5 bi da Gerdau


O investimento de R$ 1,5 bilhão previsto pela Gerdau em Minas Gerais até o fim do ano que vem está ameaçado. Segundo a empresa, o aporte está relacionado à manutenção das operações do complexo de minério de ferro Várzea do Lopes, nos municípios de Itabirito e Moeda, na região central do Estado, cuja vida útil deve terminar em aproximadamente dois anos.

A ampliação da mina para aumentar a vida útil da operação em dez anos, segundo estudos técnicos da Gerdau, depende da alteração dos limites originais do Monumento Natural (Mona) de Serra da Moeda. O projeto que previa a mudança foi retirado de tramitação na Assembleia Legislativa (ALMG) na terça-feira (8) a pedido do autor, o deputado Antônio Carlos Arantes (PSDB), que alegou "desencontro de informações e não mobilização dos municípios interessados e do setor produtivo de Minas Gerais" em torno da matéria.

"O processo foi mal construído. Me convenceram da importância do projeto e da viabilidade do mesmo, no sentido de ampliar a área de mineração da empresa, preservando o restante do Mona. Mas o segmento interessado não reagiu e as entidades do setor não se envolveram, por isso, achei melhor retirar", justificou.

A Gerdau disse, por meio de nota, que tomou conhecimento da decisão do deputado de retirar de tramitação do projeto de lei e que entende e respeita a medida, como parte do processo democrático de discussão de um tema tão relevante.

"A Gerdau continua acreditando na relevância do projeto, que significa a possibilidade de investimentos de R$ 1,5 bilhão no Estado, a manutenção de 5 mil empregos diretos e indiretos na região e o aumento da área da unidade de conservação, bem como outras contrapartidas ambientais. Estamos abertos ao diálogo e nos colocamos à disposição da sociedade de Minas Gerais para construir, juntos, a melhor solução", comentou.

Desde o ano passado, quando a Gerdau iniciou os trâmites para ampliação da vida útil da mina, o assunto vem sendo discutido por ambientalistas e comunidades locais, que criticam e tentam impedir o avanço das operações para a zona de amortecimento de áreas de proteção ambiental.


Em entrevista ao jornal Diário do Comércio em agosto, o diretor de Mineração e Matérias-Primas da Gerdau, Wendel Gomes, disse que a empresa está fazendo um trabalho de conscientização junto às comunidades, ambientalistas e órgãos competentes sobre as contribuições do projeto. Para o executivo, existe muito ruído nas informações.

"Da área a ser expandida pelo plano de operação, 3,95ha estão em Itabirito e 8,86ha em Moeda, o que corresponde a 0,54% da área total do Mona, em uma área da Gerdau, às margens da cava, sem interferência nas áreas das cavidades ou sítios arqueológicos. Além disso, estamos nos comprometendo a fazer a doação de uma área pelo menos seis vezes maior a que vamos utilizar", argumentou.

As operações da Gerdau na mina Várzea do Lopes tiveram início em 2006 e garantem a autossuficiência de abastecimento de minério de ferro nas plantas da companhia em Minas Gerais, que correspondem a 60% da produção de aço da empresa no Brasil.

Por isso, responde pela geração de 5 mil empregos na região e a manutenção das demais plantas industriais da siderúrgica no Estado. "A não possibilidade de ampliação da cava prejudica a empresa e a comunidade de inúmeras formas. A começar pela realocação dos investimentos e culminando com a extinção de postos de trabalho", completou o diretor de Comunicação Global da Gerdau, Pedro Torres.

Na semana passada, porém, o projeto de lei recebeu muitas críticas no Plenário da ALMG. Parlamentares que se posicionaram contra a proposta citando, por exemplo, que a região afetada inclui 56 nascentes e que o impacto da atividade mineral seria grande.

"Sabemos dos aspectos positivos que projeto traria, incluindo a geração de empregos e tributos. Mas o processo precisa ser inverso. A empresa e as entidades do setor precisam iniciar o diálogo e o trabalho com as comunidades envolvidas. Uma vez aprovado lá, partir para a esfera estadual, que nos compete", afirmou Antônio Carlos Arantes. Com informações do Diário do Comércio.

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