Plano da holding é chegar a 6,5% das ações da mineradora em cinco anos, totalizando um investimento de R$ 22 bilhões.
A Cosan, holding brasileira com negócios nas áreas de açúcar, álcool, energia, lubrificantes e logística, adquiriu uma participação minoritária correspondente a 4,9% do total de ações ordinárias de emissão da Vale, transação feita por meio de uma combinação de compra direta de ações e uma estrutura de derivativos.
Além disso, uma segunda operação, que corresponde a uma exposição financeira adicional de 1,6%, foi estruturada e, uma vez aprovada pelo CADE, poderá ser convertida em participação direta na Vale.
A intenção da holding é, caso as condições caminhem de forma favorável, chegar a 6,5% das ações da mineradora em cinco anos, totalizando um investimento de R$ 22 bilhões.
Segundo a empresa, esse movimento é mais um passo na jornada de diversificação de portfólio da Cosan, de atuar em setores onde o Brasil tem clara vantagem competitiva e de investir em ativos irreplicáveis na cadeia de valor de recursos naturais.
Nos últimos 15 anos, a Cosan vem se transformando em um dos maiores grupos brasileiros atuantes nessa cadeia. Seus investimentos estão direcionados para os setores de energia renovável (produção, comercialização e transporte), distribuição de gás natural e combustíveis, agricultura (propriedade, produção e logística) e créditos de carbono.
“Temos grande admiração e respeito pela Vale, que é exatamente o tipo de empresa na qual buscamos investir: um ativo global único atuante em um setor fundamental para o Brasil e estratégico para a transição energética do mundo. A qualidade de suas reservas de minério de ferro e metais básicos (níquel e cobre) é imprescindível para viabilizar a descarbonização siderúrgica e a eletrificação”, afirma Luis Henrique Guimarães, CEO da Cosan.
“Essa transação cria uma opcionalidade substancial para os acionistas da Cosan. A Vale é um ativo brasileiro relevante, com alta exposição à moeda estrangeira e globalmente competitivo. No mais, a Companhia tem um histórico de grande contribuição na gestão das empresas nas quais tem investido desde o início de seu processo de diversificação de portfólio”, acrescenta o Vice-presidente de Estratégia da Cosan, Marcelo Martins.
Dividendos
O BTG Pactual divulgou em relatório, neste domingo (09/10), que combinado ao potencial de retorno, somando a participação na mineradora, na Raízen e na Compass, a Cosan pode receber R$ 16 bilhões em dividendos em 2025.
Segundo levantamento dos analistas Thiago Duarte, Pedro Soares e Henrique Brustolin, o valor pode ser ainda maior caso os planos de IPO da Compass e da Moove saiam do papel nesse período, totalizando R$ 22 bilhões nos próximos três anos – justamente o que a empresa precisaria para pagar o investimento feito na Vale.
Fonte: Revista Mineração.
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