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Com IPO, CSN Mineração terá mais liquidez e capacidade de investimento


Com a abertura de capital da unidade de mineração, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) pode ganhar fôlego para projetos ainda engavetados. A companhia fechou o segundo trimestre com dívida líquida de R$ 33,12 bilhões e a sua meta é chegar ao fim de 2021 com dívida de R$ 23 bilhões.

"Não abandonamos o objetivo de estar abaixo de R$ 23 bilhões e isso vai exigir alguns eventos, como a venda de ativos ou abertura de capital. Vamos estudar o IPO da mineração, pois é favorável do ponto de vista do preço da commodity e da situação do mercado de capitais", disse o diretor de relações com investidores da CSN, Marcelo Cunha Ribeiro, em teleconferência de resultados.

Se conseguir os R$ 10 bilhões que busca com a operação, a empresa terá mais liquidez, de acordo com o analista de siderurgia e mineração do Itaú BBA, Daniel Sasson. "Sem dúvida [o IPO em mineração] ajudaria a empresa nesse processo de desalavancagem, que eles estão buscando há bastante tempo", disse ele. 

"Acredito que a venda de algum ativo é a única forma de a companhia conseguir atingir uma dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) menor que três vezes, como é o objetivo para o fim de 2021", acrescentou Sasson. No segundo semestre, essa relação estava em 5,1 vezes.

Para o analista, a CSN Mineração vale em torno de R$ 30 bilhões e a companhia deverá colocar à venda em torno de 30% do negócio. "A CSN ficaria com menos de 50% do negócio consolidado caso colocasse no mercado mais de 30% de participação. A empresa não poderia mais consolidar integralmente os resultados da mineração no consolidado."

Segundo o analista, a mineração pode representar cerca de 80% do Ebitda da CSN em 2020. No segundo trimestre, o indicador alcançou R$ 1,4 bilhão, o segundo maior da história da companhia, de acordo com a siderúrgica. A estimativa da CSN é comercializar de 33 milhões a 36 milhões de toneladas de minério de ferro neste ano.


Um dos projetos que pode sair do papel é a nova linha de galvanizados que deve ser instalada em São Paulo. A nova unidade terá investimentos de R$ 1,5 bilhão e capacidade de 350 mil toneladas por ano. "O potencial IPO e a desalavancagem que se seguiria abririam espaço para essa possibilidade. A empresa ficaria em uma situação mais confortável", disse Sasson.

Para Pedro Galdi, analista de mineração da Mirae Asset, o IPO pode melhorar a alavancagem da companhia que está muito acima do padrão. Segundo ele seria algo em torno de 2,5 vezes a 3 vezes. "Mesmo que se confirme a operação, ainda teria que vender ativos para normalizar sua estrutura de capital. É um ativo de valor e deve ter demanda firme."

Clóvis Torres, sócio do escritório Souza, Mello e Torres, também acredita que a CSN terá demanda pois é um bom ativo. "O minério tem uma qualidade muito boa e em volume importante. Vai ajudar a equacionar o problema de liquidez que enfrenta", disse Torres. As informações são do Valor Econômico.

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