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Cidade conhecida como 'capital das esmeraldas' tem um dos menores PIB da Bahia e vive situação econômica desafiadora

Pindobaçu tem menos de 20 mil habitantes e está encravada na Serra da Carnaíba, no semiárido baiano. Primeiras pedras preciosas do município foram encontradas há mais de 60 anos

Pindobaçu, localizada no norte da Bahia, tem um dos menores Produto Interno Bruto (PIB) do estado — Foto: Reprodução/TV Globo

O município de Pindobaçu, no norte da Bahia, é conhecido como "capital das esmeraldas" por causa da forte atividade de garimpo na Serra da Carnaíba, de onde já saíram pedras preciosas gigantes, vendidas por valores milionários. Apesar do apelido luxuoso, a cidade de menos de 20 mil habitantes tem Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 157 milhões, um dos menores do estado, e vive situação econômica desafiadora, segundo análise de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).



Assistam o vídeo abaixo:




De acordo com o órgão, o PIB de Pindobaçu é relativamente baixo, ocupa a posição 252 entre os 417 municípios baianos.


👉 O PIB local representa, conforme dados de 2021 do IBGE, 0,04% do da Bahia, que é de R$ 352 bilhões. No mesmo período, o Brasil tinha um PIB de mais de R$ 9 trilhões.


👉 O PIB de Pindobaçu tem um perfil diferente de cidades mineradoras como Parauapebas, no Pará (R$ 49 bilhões) ou Brumadinho, em Minas Gerais (R$ 4 bilhões), onde a indústria de mineração tem maior peso.



O que é e como é calculado o PIB ?




Pindobaçu está localizada na microrregião de Senhor do Bonfim, composta por outros oito municípios do norte baiano. É nesse território que está encravado o distrito da Carnaíba, entre Pindobaçu e Campo Formoso, onde existe uma cadeia montanhosa em pleno semiárido.


Na parte alta está a "Carnaíba de Cima", apelido dado pelos nativos para a área que reúne o maior número de garimpos da região, onde moram cerca de 8 mil famílias. Na parte baixa residem os outros moradores, que não atuam com mineração, em sua maioria.

De acordo com o geólogo da Cooperativa Mineral da Bahia (CMB), Osmar Martins, que estuda a atividade na região, a primeira mina de esmeralda da Serra da Carnaíba foi descoberta em Pindobaçu em 1963 e continua ativa.


Esmeraldas são encontradas na Serra da Carnaíba desde a década de 1960 — Foto: Reprodução/TV Globo



"Ao longo desses anos, nunca se produziu menos de R$ 5 milhões por mês em mineração, sendo que houve um período em que se chegou a produzir R$ 50 milhões por mês" , contou o geólogo.


"O mais interessante é que ao longo de todos esses anos, não se tirou ainda 7% das esmeraldas existentes, apesar dos seus mais de 400 quilômetros de galerias", destacou. Estima-se que haja mais de 200 minas na serra.


Ao menos cinco pedras gigantes de esmeraldas foram encontradas em um intervalo de 23 anos em Pindobaçu. Em maio de 2024, uma pedra preciosa de matriz preta com esmeraldas verdes, com 137 quilos foi arrematada por R$ 175 milhões após um leilão da Receita Federal.


Receita Federal leiloou pedra preciosa de matriz preta com esmeraldas verdes encontrada na Bahia — Foto: Divulgação/Receita Federal



Segundo Osmar Martins, o motivo da atividade mineradora não gerar riqueza para o município pode ser explicado pelo local onde as pedras preciosas são negociadas.


A maioria das esmeraldas que saem das minas de Pindobaçu é vendida todos os dias no meio da praça de Campo Formoso, cidade vizinha. Trata-se de uma "feira de pedras preciosas ao ar livre" que atrai compradores locais e de outros estados do país.


Para o pedagogo Paulo Soares de Souza de 65 anos, morador de Pindobaçu desde que nasceu, Campo Formoso se preparou para usufruir dos lucros gerados pelas pedras retiradas da Serra da Carnaíba, com investimentos no turismo e infraestrutura para os compradores, ao contrário do município vizinho.


"Os moradores da nossa cidade [Pindobaçu] sobrevivem de pequenos cargos oferecidos pela prefeitura, trabalho no comércio de alimentos, como pedreiro ou na lavoura. Muita gente saiu daqui em busca de oportunidades melhores nas cidades maiores", explicou.

A observação de Paulo coincide com os dados o IBGE. O Censo de 2022 informou que cerca de mil pessoas deixaram a cidade entre 2010 e 2022.


O número calculado na pesquisa, de 19.083 pessoas, é um contingente que não enche a Arena Fonte Nova, que tem capacidade del






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