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CBMM projeta venda de 45.000 toneladas de óxido de nióbio até 2030

Líder global na produção e fornecimento de produtos de nióbio, a CBMM iniciou a comercialização de óxido de nióbio para baterias e prevê que o segmento seja responsável por 25% de sua receita no fim da década, afirmou à Reuters o vice-presidente da companhia, Ricardo Lima.


A expectativa da empresa, que é controlada pela família Moreira Salles e explora o nióbio em parceria com a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), controlada pelo governo de MG, é atingir a venda de 45 mil toneladas de óxido de nióbio para baterias em 2030, contra 100 toneladas previstas para este ano, disse Lima por telefone.

Atualmente, a companhia detém 50% da participação global do mercado de óxido de nióbio para outras aplicações, como para lentes, supercondutores (ressonância magnética), superligas para indústria aeroespacial, dentre outros. Mas buscará ampliar ainda mais sua posição, de olho no mercado de baterias.

"Quando avaliamos o mercado internacional, vemos que existe uma tendência clara para a eletrificação", afirmou Lima.

A ideia é que o óxido de nióbio seja utilizado em larga escala para a fabricação de baterias para mobilidade urbana, incluindo carros elétricos, buscando acelerar a recarga e também expandir a vida útil.

Na primeira comercialização do produto para baterias, realizada no ano passado, a venda foi feita para um importante player global de fabricação de cátodo de bateria, segundo Lima.


Seu cliente irá fornecer cátodo para a produção de baterias que serão empenhadas em micromobilidade, em produtos como bicicletas, scooters e triciclos, explicou o executivo.

A aplicação do nióbio, neste caso, visa ampliar a durabilidade da bateria, tornando esses produtos mais competitivos no mercado.

Atualmente, 90% das vendas da CBMM são de ferronióbio para siderurgia e os demais 10% são de óxido de nióbio para aplicações especiais.

Em 2030, a perspectiva é que 65% das vendas seja de ferronióbio para siderurgia, 25% óxido de nióbio para baterias e 10% de óxido de nióbio para outras aplicações.

Carros Elétricos

A empresa também trabalha em outras frentes, como o fornecimento de óxido de nióbio para a aplicação em baterias de veículos elétricos.

A empresa tem uma parceria em curso, desde 2019, com a japonesa Toshiba, que visa a aplicação do nióbio para acelerar o tempo de recarga de baterias para VEs.

Estudos estão sendo desenvolvidos e a expectativa é de que a produção industrial de baterias possa ser iniciada entre 2022 e 2023.

A CBMM atingiu em 2020 capacidade para produzir 150 mil toneladas de ferronióbio equivalente, ante 110 mil toneladas em 2019, conforme o planejado, após investir cerca de R$ 3 bilhões.

O montante considera ferronióbio e também óxido de nióbio.

No entanto, Lima explicou que essa capacidade só deverá ser atingida entre 2024 e 2025. Antes, a previsão era alcançar esse volume em 2023, mas ela foi adiada devido a uma queda na demanda global em meio à pandemia de Covid-19.

Segundo ele, o volume de vendas da CBMM em 2020 caiu 20% em relação ao ano anterior.

"Este (2021) será um ano de recuperação", disse o executivo, que evitou detalhar resultados do ano passado, uma vez que eles ainda não foram concluídos e divulgados.

Em breve, a companhia definirá seu plano de expansão, que deverá ampliar a capacidade para 230 mil toneladas de ferronióbio equivalente. Como a empresa tem parte relevante do mercado internacional, "não pode correr o risco de desabastecer o mercado", completou o diretor.


As informações são da Reuters/ Notícias de Mineração do Brasil.

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