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Caminhão elétrico de 300 t, acionado por baterias e célula de hidrogênio, completa 1 ano de testes


Em maio passado, essa caminhão híbrido estreou nas operações da mina de platina de Mogalakwena, na África do Sul, para provar que é possível substituir o diesel na frota móvel. Após 12 meses, o protótipo atingiu todos os critérios de desempenho, sem falhas elétricas e incidentes relativos a segurança. Vitória da parceria entre Anglo American e First Mode.

Empresa dedicada à descarbonização da indústria pesada, a First Mode iniciou a construção da sua primeira fábrica em Seattle, nos EUA, cidade conhecida por indústrias inovadoras, onde produzirá unidades motoras que não geram emissões e a infraestrutura correlata no solo para sistemas de transporte chamados nuGen. Estes irão substituir os motores diesel em caminhões de mineração e locomotivas através de retrofit das frotas existentes, utilizando baterias e células de combustível a hidrogênio.

Segundo seu presidente, Julian Soles, a fábrica vai produzir componentes para efetuar o retrofit de 36 veículos pesados por ano com sistemas nuGen—equivalente a remover 25 mil carros de passageiros das estradas. A instalação vai validar os processos industriais da First Mode e possibilitar a abertura de novas fábricas nas regiões onde as frotas diesel dos seus clientes operam hoje.

Programado para iniciar produção até o final do ano, a fábrica é a maior planta de tecnologia limpa instalada em Seattle. A fábrica vai produzir múltiplas configurações nuGen para motores , que serão testados no campo de prova da empresa em Centralia em 2024.

Estes sistemas nuGen serão instalados em caminhões Komatsu 930E e 830E, que serão os veículos mais pesados a rodar sem emissões em solo americano. É o primeiro lote de caminhões da Anglo American a ser adaptado com esse tecnologia, como parte do acordo que prevê descarbonizar toda a sua frota de transporte a nível global, com cerca de 400 caminhões na classe ultra, ao longo de 15 anos. Programas de testes serão realizados em sete minas e para consolidar os padrões de desempenho e custos operacionais, além de aprovações regulatórias de órgãos ambientais. Anglo American assumiu compromisso de tornar suas operações carbono neutro por volta de 2040.

Essa tecnologia foi desenvolvida originalmente pela própria Anglo American, que se associou à First Mode para industrializar esses sistemas de unidades motoras sem emissões, visando a substituir o motor diesel. Foi batizado de ZEHS—sigla do nome em inglês Zero Emission Haulage Solutions. A mineradora vai investir US$ 200 milhões nessa transação e será a controladora da empresa, mas mantendo a filosofia de atrair outras empresas como co-investidoras, visando a acelerar a adoção da mesma tecnologia em suas atividades.

Anglo American lançou o protótipo do seu caminhão equipado com unidade nuGen ZEHS movido a hidrogênio na mina de platia de Mogalakwena, na África do Sul, em maio de 2022. A infraestrutura inclui produção de hidrogênio que é armazenado no local, sistema de abastecimento e trens de força híbridos acionados por bateria e célula de hidrogênio. A ABB forneceu 80 conjuntos de baterias de lítio ion para armazenar energia elétrica nos caminhões híbridos, além do sistema para converter corrente direta em alternada na escala de MW, como parte da infraestrutura dessa mina.

Segundo o diretor de engenharia elétrica da First Mode, Krunal Desai, a mineração combina carga e descarga elétrica de alta potência, operação contínua e gestão de diferenciais térmicos–condições que não são encontrados em outras indústrias. A energia estocada na bateria permite produzir picos de potência quando o caminhão sobe rampas e recuperá-la através da frenagem regenerativa nas descidas.

O caminhão protótipo completou 1245 horas operando na frota existente da mina de Mogalakwena, transportando minério e estéril, mas com zero emissões, produzindo pico de potência de 2 MW de forma consistente. Demonstrou paridade de desempenho quando comparado a caminhões diesel, levou 300 t de carga útil, foi carregado por escavadeira de 100 t de capacidade, subir rampas de 10% com carga total e percorreu rota de 11 km para alimentar o britador. Provou que o diesel pode ser substituído na frota móvel.


Fonte: Revista Minerios & Minerales

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