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Anglo American e Porto do Açu estudam projeto para reutilização de água

Reúso de água industrial do maior mineroduto do mundo tem potencial para servir às empresas instaladas e a projetos de renováveis no porto.


Na semana do Dia Mundial do Meio Ambiente, a Anglo American e o Porto do Açu anunciam uma parceria para estudar, em unidades industriais, o reuso da água que é utilizada na operação do maior mineroduto do mundo, que, com 529 km de extensão, transporta minério de ferro de Conceição do Mato Dentro (MG) ao empreendimento portuário, em São João da Barra (RJ). Potencialmente, esse deve ser um dos maiores projetos de reaproveitamento de água do Brasil, com um volume que pode chegar a 0,3 m³/s de água reutilizada.


O minério sai da planta da Anglo American e atravessa 29 municípios até o Porto do Açu, onde passa por um processo de filtragem, com a separação da água e do minério. Depois é armazenado para exportação. Atualmente, segundo a mineradora, o efluente gerado pelo sistema de filtragem da água é tratado e majoritariamente descartado ao mar, seguindo estritamente todos os padrões legais.


De acordo com a Anglo American, a parceria vai estudar o tratamento e a utilização de parte desse efluente nas plantas industriais do complexo (atuais e futuras), para que, gradativamente, o efluente deixe de ser descartado no mar e passe a ser reutilizado.


“Esta é mais uma parceria que vai ao encontro do nosso propósito de reimaginar a mineração para melhorar a vida das pessoas. Ela está alinhada com as metas e os objetivos do nosso Plano de Mineração Sustentável. A ideia é elevar o reuso ao máximo possível em nossas operações”, explica Tiago Alves, gerente de meio ambiente da Anglo American. “A empresa continua trabalhando para incentivar e construir um ambiente cada vez mais sustentável, que traga soluções em prol da sustentabilidade e da sociedade em geral. Temos metas consistentes em nosso Plano de Mineração Sustentável e trabalhamos de maneira sólida para atingi-las”, afirma Wilfred Bruijin, CEO da Anglo American no Brasil.


Em operação desde 2014, o Porto do Açu possui o terceiro maior terminal de movimentação de minério de ferro do país, ergue o maior parque de geração de energia a partir de gás natural da América Latina, com um terminal de GNL e uma termoelétrica de 1,3 GW já em operação, e uma segunda termoelétrica de 1,7 GW em início de construção. Abriga também a maior base de apoio logístico offshore e duas das maiores fábricas de dutos flexíveis para escoamento de petróleo e gás do mundo. Com foco em crescimento sustentável, prevê a industrialização com projetos de energia renováveis e baixo carbono, tais como energia solar, hidrogênio verde e eólica offshore.


“As empresas instaladas no Porto do Açu necessitam de água para diferentes atividades e representam relevante demanda para água de reuso. A iniciativa estimula as práticas de economia circular da água, em linha com as estratégias de sustentabilidade do Grupo Prumo. O efluente também poderá ser reutilizado por empresas que implantarão novos projetos industriais e renováveis no porto, como usinas termelétricas, planta de fertilizantes, produção de pellets, petroquímicas, hidrogênio verde e aço verde”, afirma José Firmo, CEO do Porto do Açu.


Mais sustentabilidade

No âmbito do seu Plano de Mineração Sustentável, a Anglo American busca uma gestão energética inovadora no Brasil, e, nesse sentido, tornou-se autoprodutora de energia renovável, em parceria com a Casa dos Ventos. De dezembro de 2019 até julho de 2020, fechou a aquisição de 235 MW médios de energia elétrica renovável (eólica e solar). Hoje, a matriz de energia elétrica da companhia no Brasil é 100% renovável. A parceria é responsável por uma redução de 30% nas emissões de carbono relacionadas ao consumo de energia elétrica pela companhia no país.


Entre suas ações sustentáveis, a Anglo American também atua na recuperação e conservação de nascentes, conta com mais de 22 mil hectares em áreas protegidas e investe no desenvolvimento regional sustentável das comunidades anfitriãs de seus empreendimentos, com o objetivo de contribuir para a biodiversidade local. Em parceria com o Instituto Espinhaço, está investindo R$ 2 milhões em um projeto que vai recuperar 23 nascentes degradadas das bacias do rio Santo Antônio, que nasce no município de Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, além de cerca de 8 mil metros lineares de áreas de preservação permanente da região.


Além disso, está direcionando R$ 7 milhões ao programa Juntos pelo Araguaia, lançado pelo Governo Federal em parceria com os governos do Mato Grosso e Goiás. Trata-se da maior iniciativa de revitalização de bacias hidrográficas do Brasil. O objetivo é promover ações de recomposição de áreas florestais, preservação de nascentes e conservação do solo e da água na Bacia do Rio Araguaia, além de implantar ações de saneamento em cidades da região.


A companhia possui dois negócios no país: produção de minério de ferro, em Minas Gerais, e níquel, em Goiás. O Minas-Rio conta com logística integrada. A mina e o beneficiamento estão instalados em Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, e se ligam ao Porto de Açu, no Rio de Janeiro. A expectativa de produção este ano é de 22 a 24 milhões de toneladas de minério de ferro.


A empresa produz minério premium, com alto teor de ferro (cerca de 67%) e baixo índice de contaminantes, muito demandado pelas siderúrgicas asiáticas por diminuir o nível de poluentes da produção de aço.



Fonte: Revistamineracao.com.br


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