
Parte dos 718,9 kg de ouro roubados na última quinta-feira (25) do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP), pertencia à mineradora canadense Kinross Gold, que estava levando a carga para a América do Norte. O ouro havia sido extraído da mina Morro do Ouro, em Paracatu (MG), de acordo com o colunista da Época Guilherme Amado.
"A expectativa é que o valor do ouro pertencente à Kinross seja coberto pela seguradora de nosso provedor de transporte", afirmou a mineradora ao colunista, sem especificar a quantidade.
A Kinross Gold Corporation é um grupo canadense que atua em pesquisa e desenvolvimento mineral, mineração, beneficiamento e comercialização de ouro. No fim de semana, os responsáveis pelas investigações do caso avaliaram ser "muito difícil" recuperar o metal roubado.
A Kinross é responsável por 22% da produção nacional do metal precioso e opera a Morro de Ouro, localizada no noroeste do Minas Gerais, que é a maior a céu aberto do país. A mina tem vida útil até 2032 e começou a ser explorada em 1987. Em 2018, ela bateu recorde de produção com 14,7 toneladas, de acordo com dados da mineradora.
No mundo, a Kinross também está presente no Chile, Estados Unidos, Canadá, Gana, Mauritânia e Rússia.
Prisões
A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na madrugada desta segunda-feira (29), um terceiro suspeito de participar do roubo da carga de ouro, avaliada em R$ 110 milhões.
Outros dois suspeitos já haviam sido detidos no fim de semana. Entre eles estava o encarregado de despacho que havia dito à polícia que foi mantido refém pela quadrilha durante o roubo e que foi preso na noite de sábado (27). Um quarto detido foi liberado após prestar depoimento.
O terceiro homem foi preso em flagrante por estar em posse de munição de calibre de uso restrito. Ele portava um carregador de fuzil contendo 31 projéteis de calibre 7.62 mm. A arma desse carregador pode ter sido usada no assalto.
De acordo com o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), este detido é investigado sob suspeita de ter oferecido logística para o transbordo da carga para outros veículos.
Investigação
Até a prisão do encarregado de despacho do aeroporto Peterson Pattrício, de 33 anos, que disse ter sido mantido refém pela quadrilha, a polícia já investigava a participação de alguém "de dentro" do aeroporto.
"A dinâmica do fato nos leva fortemente a crer que existem pessoas que conheciam a rotina de uma área restrita de um aeroporto internacional, de um terminal de cargas de um aeroporto internacional", disse o delegado João Carlos Miguel Hueb antes da prisão.
Inicialmente, Pattrício afirmou à polícia que os criminosos o sequestraram no dia anterior ao assalto, e que mantiveram também sua família refém. Segundo o suspeito, foi assim que a quadrilha teve acesso a informações privilegiadas sobre a rotina no terminal de cargas.
De acordo com os policiais responsáveis pela investigação, Pattrício confessou que foi cooptado pelos assaltantes.
Em nota, a GRU Airport, concessionária responsável pelo aeroporto, disse que "todas as informações referentes ao episódio ocorrido no último dia 25, no Terminal de Cargas do Aeroporto, estão sendo repassadas à Polícia Civil, que está liderando as investigações".
A companhia acrescenta que "cumpre todas as normas internacionais e práticas de segurança pertinentes à segurança aeroportuária". As informações são da Época e do G1.