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Preços do minério devem subir com escassez de estoque na China


A redução do estoque de minério de ferro da China deve impulsionar novas altas de preços da commodity. O país sofre com a escassez do mercado transoceânico, que está em baixa desde as paralisações da Vale, no Brasil, e das minas da Austrália.

Embora os valores tenham mostrado alta volatilidade desde o rompimento da barragem, em Brumadinho (MG), e dos ciclones na Austrália, sinais claros de escassez no mercado surgiram apenas nas últimas semanas. Dados divulgados no início deste mês mostraram que as exportações do Brasil despencaram em março, e o rastreamento de cargueiros tem sinalizado continuada fraqueza. A defasagem no mercado físico reflete a redução dos estoques de fornecedores e o tempo de viagem na passagem Brasil-China. "Dado o tempo que o Capes leva para ir do Brasil à China, cerca de 50 dias, não nos surpreende que a escassez esteja finalmente começando a aparecer", disse Jeremy Sussman, diretor-gerente de Metais e Mineração da Clarksons Platou Securities. "As exportações brasileiras começaram a se desacelerar apenas no mês passado", declarou. "Parece que as interrupções no fornecimento, vistas no começo do ano, estão finalmente sendo sentidas", disse Daniel Hynes, analista do Australia & New Zealand Banking Group, depois da notícia de que os portos da China registraram a maior queda semanal no volume de estoques desde 2015.

"Nossa estimativa é de que os estoques continuem a cair", afirmou. O preço de referência do minério no mercado à vista atingiu US$ 95,90 na sexta-feira (12), o maior nível desde julho de 2014, segundo a Mysteel.com. Desde fevereiro, a Clarksons Platou tem apostado em uma previsão de US$ 100, alvo também escolhido pelo Citigroup. Estoques Os estoques dos portos chineses estão entre os principais indicadores do nível de abastecimento da cadeia de fornecedores que conectam mineradoras e usinas no maior produtor de aço do mundo. Depois de atingir o maior nível desde setembro deste mês, os estoques agora mostram queda. Os estoques caíram 3,4%, para 143,9 milhões de toneladas na semana passada, de acordo com a Shangai Steelhome E-Commerce. Enquanto os volumes de minério brasileiro estão no menor nível desde 8 de março, os estoques da Austrália se encontram no menor patamar desde 2017. O Barclays projeta que as importações chinesas caíram ainda mais depois da redução dos fluxos no primeiro trimestre.

"Todos os olhos estão no nível futuro, já que entramos no momento em que as interrupções do Brasil começarão a fazer efeito", disse o analista Ian Littlewood. "As exportações brasileiras resistiram bem em fevereiro, mas entraram em colapso em março e, em combinação com a interrupção causada por um ciclone tropical na Austrália, prevemos que as importações chinesas sejam pressionadas em abril e maio", declarou Littlewood. A Rio Tinto alertou que as paralisações podem se estender até junho.

No primeiro trimestre, os carregamentos da mineradora caíram para o menor nível em cinco anos. A estimativa anual da Rio Tinto foi reduzida para 333 a 343 milhões de toneladas, comparada a uma previsão anterior de 338 a 350 milhões. Em 2018, os embarques somaram 338,2 milhões de toneladas. As informações são da Bloomberg.


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