As ações da Vale no mercado brasileiro caíram 24% no pregão de ontem (28), o primeiro desde a tragédia em Brumadinho (MG). A empresa perdeu R$ 71 bilhões em valor de mercado, o que é considerado o maior recuo da história da Bolsa brasileira, de acordo com a consultoria Economatica. Até então, o maior tombo em valor de mercado em um único dia havia sido da Petrobras, em maio de 2018, com perda de R$ 47 bilhões, em meio à greve dos caminhoneiros. As ações da Vale (VALE3) chegaram a entrar em leilão no início da sessão de ontem. Como a mineradora tem um peso de 11,39% da composição do Ibovespa, o principal índice da Bolsa fechou o dia em queda, puxado pelo desempenho da mineradora. No exterior, pela manhã, as ações da Vale chegaram a recuar 16% no pré-mercado, negociações que ocorrem antes da abertura do pregão, da bolsa de Nova York. Na sexta-feira (25), os ADRs fecharam com queda de 8%.
Agências de Risco
Algumas agências de risco também revisaram a nota da mineradora após a tragédia em Brumadinho, que deixou ao menos 65 mortos e 279 desaparecidos. A S&P colocou a nota de crédito da empresa e de suas subsidiárias em observação para rebaixamento na noite de sexta-feira (25). Na segunda-feira (28), a agência de classificação de risco Fitch rebaixou o rating da Vale de 'BBB+' para 'BBB-' em escala global, com perspectiva negativa. Em escala nacional, o rating permaneceu em 'AAA (bra)', mas com perspectiva negativa. Segundo a Fitch, o rebaixamento ocorre devido ao rompimento da barragem na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), na sexta-feira (25), devido a expectativa de custos elevados, multas e outros impactos sobre a empresa com outro desastre três anos após o rompimento da barragem da Samarco, uma joint venture da Vale com a BHP. A Fitch também espera queda na produção, outros investimentos adicionais para aprimorar a segurança de outras barragens e dificuldades para a companhia obter novos financiamentos, diante das preocupações em torno da estabilidade de suas operações. A agência lembra que a produção estimada da Vale em 2018 é de 390 milhões de toneladas de minério de ferro. Em 2017, a mina Córrego do Feijão, que faz parte do complexo Paraopeba, produziu 7,8 milhões de toneladas de minério de ferro. O complexo produz, segundo últimos dados trimestrais, pouco mais de 7,3% da produção total de minério de ferro da Vale.
Fonte: https://www.noticiasdemineracao.com/finan%C3%A7as/news/1355253/vale-perde-rusd-71-bilh%C3%B5es-de-valor-em-um-s%C3%B3-dia