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Igreja que resistiu ao desastre de Mariana é tombada


Uma vitória para os antigos moradores do subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas, que podem comemorar um avanço na preservação da memória do povoado mais atingido pela tragédia da Samarco. A menos de dois meses de a maior tragédia socioambiental do país completar três anos, foi aprovado ontem o tombamento da Igreja de Nossa Senhora das Mercês, do século 18, que escapou da lama despejada pela mineradora em 5 de novembro de 2015, quando o rompimento da Barragem do Fundão matou 19 pessoas e destruiu a Bacia do Rio Doce. Na época, foi totalmente destruído templo dedicado ao padroeiro da comunidade, São Bento.

A decisão foi tomada, por unanimidade, em reunião no auditório do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), no Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Com a aprovação do dossiê de tombamento pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep), presidido pelo secretário de Estado da Cultura, Angelo Oswaldo, o templo passa a contar com a proteção da instituição estadual e será alvo de outras salvaguardas por parte do governo de Minas.

Por ficar em lugar mais alto, a Igreja de Nossa Senhora das Mercês escapou da tragédia, mas logo depois do desastre foi atacada por ladrões, conforme constatou o Estado de Minas. Durante vistoria, uma equipe de arqueólogos contratados pela empresa notou a falta do cadeado inferior da porta de entrada, além de marcas de arrombamento do cadeado superior. No relatório, os monitores informaram que, observando o entorno, “outro local continha evidências de arrombamento, na extremidade frontal sul, onde o tapume se sobrepõe ao corte do terreno”.

Ali, os dois materiais distintos que garantem o isolamento (tapume e madeira) “estavam danificados, apresentando exposição suficiente para acessar a área restrita”, dizia o relatório da inspeção. Após a comprovação do arrombamento, funcionários pediram apoio à segurança patrimonial em Bento Rodrigues e registraram a ocorrência. Na época, a colocação de tapumes seguiu orientação da Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais (CPPC/MPMG).

Fonte: EM


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